Greve do Ibama ganha força, e 15 estados aprovam paralisações

17/06/2024 as 7:45 pm

A greve dos servidores do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ganha novo impulso, com a adesão confirmada de pelo menos 15 estados brasileiros. Em assembleias realizadas recentemente, servidores de nove estados, incluindo Acre, Espírito Santo, Goiás, Pará, Paraíba, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Tocantins, decidiram iniciar a paralisação a partir de 24 de junho.

Outros seis estados, como Bahia, Distrito Federal, Minas Gerais, Paraná, Santa Catarina e São Paulo, seguirão com a greve a partir de 1º de julho, conforme determinação estadual. Esta descentralização das decisões elimina a necessidade de uma deliberação nacional unificada.

A principal reivindicação dos servidores é a reformulação das carreiras, demanda ainda não atendida pelo governo federal. Eles argumentam que mudanças são necessárias para tornar a carreira mais atrativa e condizente com as responsabilidades ambientais exigidas.

Em 11 estados, as assembleias ainda estão pendentes, com reuniões agendadas ao longo desta semana em locais como Maranhão, Pernambuco, Mato Grosso e Alagoas.

Durante a greve, as atividades de campo do Ibama serão as mais impactadas, com a manutenção apenas das atividades burocráticas essenciais. Isso significa a suspensão temporária de operações cruciais como fiscalização ambiental na Amazônia, vistorias de processos de licenciamento ambiental, e prevenção e combate a incêndios florestais.

Dados compilados pelos próprios servidores indicam que a mobilização já afetou diretamente pelo menos dois projetos de gasodutos e dez solicitações para pesquisa sísmica e perfuração de poços.

Antes mesmo da oficialização da greve, a Petrobras havia estimado que a redução das atividades do Ibama poderia acarretar uma queda de até 2% na sua produção em 2024, o equivalente a uma média de 60 mil barris a menos por dia.

A greve do Ibama, portanto, além de demonstrar a insatisfação dos servidores com as condições de trabalho, coloca em evidência os potenciais impactos sobre a fiscalização ambiental e as atividades econômicas dependentes das autorizações e monitoramentos do instituto. A expectativa agora é pela conclusão das assembleias nos estados restantes e pela resposta do governo federal frente às demandas apresentadas pelos grevistas.

Foto: Divulgação/Ibama

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