CBF promove campanha contra o racismo nesta rodada do Campeonato Brasileiro

27/05/2023 as 5:41 pm

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou que a oitava rodada da Série A do Campeonato Brasileiro, que acontecerá neste fim de semana, contará com uma campanha de combate ao racismo. A manifestação envolverá os jogadores dos 20 clubes da competição, além dos árbitros escalados para os dez jogos que ocorrerão no sábado e domingo (27 e 28).

Essa ação surge em resposta às ofensas racistas direcionadas ao brasileiro Vinícius Júnior, atacante do Real Madrid, durante a partida contra o Valencia no último domingo (23), válida pelo Campeonato Espanhol. Um dia antes, o goleiro Caíque, do Ypiranga (RS), denunciou um torcedor do Altos (PI) que o chamou de “uva preta” durante um jogo da Série C do Brasileirão.

De acordo com a CBF, os jogadores utilizarão camisas com a frase “Com o racismo não tem jogo”, que também será estampada nas faixas dos capitães, nas moedas dos árbitros, nas bolas, nos estádios e nas placas de publicidade. Quando o início das partidas for autorizado, os atletas irão sentar-se no gramado por 30 segundos em apoio à campanha.

“Contamos com o apoio de cada torcedor. O racismo é um crime brutal e deve ser banido dos estádios. Chega de preconceito”, afirmou o presidente da CBF, Ednaldo Rodrigues, primeiro negro a comandar a entidade, em declaração ao site da confederação.

Manifestações preconceituosas, como atos racistas ou homofóbicos, passaram a ser puníveis no futebol brasileiro de acordo com o Regulamento Geral de Competições da CBF para este ano. As equipes podem receber advertências, pagar multas de até R$ 500 mil, serem proibidas de registrar novos jogadores e até mesmo perder pontos.

Copa Sul-Americana

O caso mais recente de racismo envolvendo atletas brasileiros ocorreu na quarta-feira (24), durante a partida entre Santos e Audax Italiano, no Estádio El Teniente, em Rancagua, no Chile. Durante o jogo válido pela quarta rodada da Copa Sul-Americana, o zagueiro Joaquim e o atacante Ângelo foram alvos de ofensas raciais e gestos imitando macacos por parte de torcedores locais.

Em comunicado, o Santos informou que fez uma denúncia à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol), que ainda não se manifestou sobre o ocorrido. Em março do ano passado, a Conmebol aumentou as punições para casos de preconceito, após uma série de atos racistas contra brasileiros ocorridos durante os torneios continentais no primeiro semestre. A multa mínima foi elevada de R$ 150 mil para R$ 500 mil. Além disso, o clube infrator pode ser obrigado a jogar com as arquibancadas fechadas.

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