Brasil produzirá 1 bilhão de notas de peso argentino para reduzir custos e suprir demanda

09/06/2023 as 7:42 pm

A crise econômica na Argentina levou o país vizinho a buscar a fabricação de seu dinheiro no Brasil. Com o objetivo de diminuir os custos com a impressão de peso argentino, a Casa da Moeda brasileira irá produzir cerca de 20 milhões de cédulas por semana, incluindo as novas notas de 2 mil pesos, totalizando 1 bilhão de notas até o final deste ano.

Essa parceria entre os dois países começou em 2020, quando o Brasil utilizou sua capacidade ociosa na Casa da Moeda para fabricar os pesos argentinos. No ano passado, foram produzidas 600 milhões de cédulas para os argentinos.

Marcone Leal, superintendente do departamento de cédulas da Casa da Moeda, explicou que a busca por negócios que ocupem essa capacidade ociosa é uma estratégia para manter a operação em funcionamento.

No entanto, o Brasil não é o único fornecedor de dinheiro para a Argentina. O país também tem adquirido cédulas da China e de outros países europeus.

A crise na Argentina tem levado a uma desvalorização acentuada de sua moeda. Em 2017, a cédula de mil pesos equivalia a aproximadamente US$ 55, mas atualmente seu valor de mercado é inferior a US$ 5. Essa desvalorização ocorre devido aos pesados déficits públicos do governo argentino, que recorre à emissão de moeda pelo Banco Central para financiar suas despesas.

No final de maio, entrou em circulação a nova cédula de 2 mil pesos na Argentina, a de maior valor nominal do país. A expectativa do Banco Central é que essa medida facilite as transações bancárias e reduza a sobrecarga dos caixas eletrônicos.

Entretanto, no dia a dia dos argentinos, a nova cédula não resolve muitos problemas. Com 2 mil pesos, é possível comprar apenas meio quilo de macarrão, e até mesmo uma lata de leite em pó, que custa quase 3 mil pesos, fica fora de alcance.

Em março, a cesta básica na Argentina ultrapassou os 60 mil pesos, segundo o Instituto Nacional de Estatísticas e Censos do país, o que representa mais de R$ 1,3 mil. A crise econômica tem afetado significativamente o poder de compra da população argentina.

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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