Menopausa precoce: causas, tratamento e impactos na saúde feminina

11/06/2023 as 1:13 pm

A menopausa é um evento natural na vida das mulheres, marcando o fim da vida reprodutiva. No entanto, algumas mulheres enfrentam a menopausa antes dos 40 anos de idade, o que é considerado uma condição médica chamada insuficiência ovariana prematura (IOP). Essa condição ocorre devido a fatores genéticos, doenças pré-existentes, procedimentos cirúrgicos ou causas desconhecidas.

Quando os ovários param de funcionar, o corpo sofre com a falta do hormônio estrogênio, o principal hormônio feminino, o que aumenta o risco de problemas ósseos, cardiovasculares e também causa a perda da fertilidade.

De acordo com a ginecologista Cristina Laguna, presidente da Comissão Nacional Especializada em Ginecologia Endócrina da Febrasgo, quanto mais cedo os ovários deixarem de funcionar, maiores serão as chances de a pessoa desenvolver doenças que afetam a qualidade e a expectativa de vida.

É importante destacar a diferença entre menopausa precoce e insuficiência ovariana prematura. A menopausa precoce ocorre entre os 40 e 50 anos, enquanto a IOP é caracterizada pela interrupção do sangramento menstrual antes dos 40 anos. Alguns médicos costumavam chamar a IOP de menopausa precoce, mas essa comparação não é adequada, pois a menopausa está associada ao envelhecimento natural, enquanto a IOP é uma condição que não é fisiológica.

Estudos recentes apontam que a IOP afeta cerca de 3,7% das mulheres. Antigamente, a prevalência era estimada em 1%, mas devido à maior conscientização sobre o problema e ao avanço dos tratamentos contra o câncer, mais mulheres estão buscando atendimento médico e recebendo o diagnóstico de IOP.

As causas da menopausa precoce e da IOP são semelhantes. Qualquer fator que danifique os ovários ou impeça a produção de estrogênio pode levar à menopausa. Entre os principais gatilhos estão fatores genéticos, doenças autoimunes, cirurgias de remoção dos ovários ou útero, tratamentos de rádio e quimioterapia, além da exposição a agentes físicos e infecciosos, como infecções virais e o uso excessivo de tabaco e pesticidas. No entanto, em cerca de 60% dos casos, a causa da IOP é desconhecida.

O tratamento para a menopausa precoce e a IOP é semelhante ao tratamento para a menopausa comum, que é a terapia de reposição hormonal. No entanto, na IOP, as doses administradas são mais altas e adaptadas às características das mulheres mais jovens.

A terapia de reposição hormonal tem como objetivo restabelecer os níveis adequados de hormônios, especialmente o estrogênio. Esse hormônio desempenha um papel crucial no desenvolvimento dos órgãos reprodutivos durante a puberdade, além de estar relacionado ao ganho de massa óssea, ajudando a prevenir a osteoporose.

A falta de estrogênio também está associada a alterações de humor, depressão, ansiedade, diminuição da capacidade cognitiva, distúrbios do sono e maior propensão à demência. Por isso, é importante repor o hormônio para proteger a saúde das mulheres afetadas pela menopausa precoce ou IOP.

A progesterona também é administrada em mulheres que ainda têm o útero, a fim de protegê-las contra o câncer de endométrio. Em casos de antecedentes de endometriose, a progesterona ajuda a prevenir a recorrência da doença.

Além da terapia hormonal, o tratamento inclui orientações sobre hábitos de vida saudáveis, como não fumar, seguir uma alimentação equilibrada, evitar o ganho de peso e praticar atividade física regularmente. O acompanhamento psicológico é fundamental para ajudar a pessoa a lidar com os desafios emocionais que acompanham o diagnóstico da menopausa precoce ou IOP.

Foto: Freepik

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