Perigo silencioso: cigarros eletrônicos ameaçam a saúde dos jovens

13/06/2023 as 11:51 pm

Uma pesquisa recente revelou que 16,8% dos jovens entre 13 e 17 anos já experimentaram cigarros eletrônicos, conhecidos como vapes. Essa estatística levanta preocupações sobre os impactos dessa tendência e as possíveis consequências para a saúde pública.

Diferentemente das gerações anteriores, expostas aos cigarros tradicionais, as novas gerações têm demonstrado maior vulnerabilidade ao uso dos vapes. Eventos voltados para o público jovem estão repletos desses dispositivos, mesmo sendo proibidos no Brasil.

Além de serem prejudiciais à saúde, o comércio desses produtos é ilegal, envolvendo crimes como propaganda ilegal, sonegação de impostos e infrações sanitárias.

EVALI: a doença associada ao uso de cigarros eletrônicos

A EVALI, sigla para “E-cigarette and Vaping-Associated Lung Injury” (lesão pulmonar associada ao uso de cigarros eletrônicos e vapes), é uma nova condição clínica identificada em usuários desses dispositivos.

Essa doença é de difícil diagnóstico, sem testes laboratoriais específicos. Os sintomas são semelhantes aos de outras doenças respiratórias, como a influenza. A suspeita de EVALI surge quando há histórico de uso de vapes e cigarros eletrônicos.

Os principais sintomas incluem dispneia, tosse, dor torácica, febre, calafrios, diarreia, náuseas, vômitos, dor abdominal e taquicardia. A causa exata da EVALI ainda é desconhecida, mas o acetato de vitamina E, presente em alguns produtos, pode ser uma possível causa.

Além disso, o uso de vapes pode agravar doenças pulmonares crônicas, como a asma, resultando em internações e aumentando a morbimortalidade associada a essas condições.

Tratamento e regulamentação no Brasil

O tratamento da EVALI consiste em fornecer suporte médico conforme a necessidade de cada paciente, podendo variar entre tratamento ambulatorial e internação hospitalar. Os corticosteroides têm demonstrado alguma eficácia, mas mais estudos são necessários para avaliar sua efetividade.

No Brasil, a comercialização, importação e propaganda de cigarros eletrônicos são proibidas desde 2009. A Anvisa reforçou essa proibição em 2022, adotando medidas para reduzir a oferta e a demanda desses dispositivos.

O Instituto Nacional de Câncer (INCA) também expressou sua preocupação com o uso de cigarros eletrônicos, destacando que esses dispositivos não são eficazes nem seguros para o consumo humano, podendo atrair jovens para a dependência de nicotina.

A conscientização sobre os perigos associados ao uso de vapes e a implementação de políticas restritivas são fundamentais para proteger as futuras gerações dos danos causados por esses dispositivos.

Foto: Freepik

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