Brasil se compromete a eliminar lâmpadas com mercúrio até 2025 e adotar LED

24/06/2023 as 3:37 pm

O Brasil estabeleceu como meta retirar todas as lâmpadas fluorescentes do mercado até 2025, de acordo com um acordo internacional firmado no ano passado durante a quarta reunião da Conferência das Partes (COP) da Convenção de Minamata. A intenção é substituir essas lâmpadas por modelos de LED, que consomem menos energia e não possuem metais pesados em sua composição.

As lâmpadas fluorescentes foram desenvolvidas como alternativa às antigas lâmpadas incandescentes, prometendo maior economia e durabilidade, além de não emitirem calor. No entanto, essas lâmpadas contêm mercúrio, um metal altamente tóxico.

Segundo a bióloga Alexandra Penedo de Pinho, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), a presença de mercúrio nas lâmpadas fluorescentes pode causar diversos problemas de saúde nos seres humanos, como ataxia, distúrbios neuromotores e neurológicos. Além disso, o mercúrio é considerado teratogênico, ou seja, pode afetar o desenvolvimento dos fetos durante a gestação, sendo altamente tóxico para o sistema neurológico e podendo levar até mesmo à morte.

Apesar de a reciclagem ser uma ferramenta importante, ainda é insuficiente para lidar com o descarte adequado das lâmpadas fluorescentes. Segundo a Associação Brasileira para a Gestão da Logística Reversa de Produtos de Iluminação (Reciclus), nos últimos seis anos, apenas 33 milhões de lâmpadas fluorescentes foram recicladas no país, o equivalente a cerca de 5 milhões por ano, número muito abaixo do total que é descartado anualmente. Em 2022, foram importadas 12 milhões de lâmpadas.

Camilla Horizonte, gerente de operações da Reciclus, ressalta que o grande desafio é conscientizar as pessoas sobre os diversos resíduos prejudiciais ao meio ambiente. Com a natureza já sofrendo as consequências de desastres naturais, o descarte inadequado desses materiais tem impactos significativos. Na reciclagem das lâmpadas, os componentes são separados, e o vidro, metais e pó fosfórico podem ser reutilizados. Já o mercúrio é extraído por meio de tubulações conectadas a um filtro de carvão e depois destinado a um aterro sanitário especial.

Texto: Com informações da Agência Brasil – Foto: analogicus/Pixabay

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