Justiça determina retirada de vídeos de André Valadão

11/07/2023 as 8:24 pm

A Justiça Federal em Minas Gerais acatou um pedido do Ministério Público Federal e ordenou a remoção de vídeos do pastor e cantor gospel André Valadão do YouTube e Instagram. A decisão, emitida nesta segunda-feira (10), é resultado de um processo no qual o pastor é acusado de promover um discurso de efeito potencialmente homofóbico e transfóbico durante cultos transmitidos ao vivo nas redes sociais. As plataformas têm um prazo de cinco dias para remover os vídeos, sob pena de multa diária no valor de R$ 1 mil em caso de descumprimento.

O juiz responsável pelo caso, José Carlos Machado Júnior, determinou que o Google e a Meta, empresas responsáveis pelo YouTube e Instagram, respectivamente, realizem a remoção das publicações apontadas na decisão judicial. Os vídeos em questão são de cultos religiosos realizados nos dias 4 de junho e 2 de julho.

A decisão judicial especificou nove links nos quais o conteúdo de André Valadão foi reproduzido, incluindo reportagens que mencionam os vídeos do pastor.

Em resposta às acusações de homotransfobia, André Valadão anunciou em suas redes sociais que acionará a Justiça contra os “aproveitadores de plantão” que criticaram sua pregação na Lagoinha Orlando Church, nos Estados Unidos. O pastor negou ter incitado a violência contra pessoas LGBT e afirmou que repudia qualquer tipo de agressão física ou verbal com base na orientação sexual.

Segundo Valadão, suas falas foram distorcidas pela imprensa, e ele apenas reproduziu o que está escrito na Bíblia durante suas pregações. Ele afirmou que sua mensagem foi direcionada aos fiéis e está protegida pela liberdade de culto tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos.

O pastor argumentou que o casamento homoafetivo teria “aberto as portas” para eventos com “homens e mulheres nus com seus órgãos genitais expostos diante de crianças”. Ele declarou que essa porta foi aberta quando a sociedade passou a considerar como normal algo que a Bíblia condena.

O caso continua em andamento, e a decisão liminar da Justiça Federal é uma medida provisória para garantir a retirada dos vídeos considerados potencialmente homofóbicos e transfóbicos. O processo seguirá seu curso para análise das demais solicitações feitas pelo Ministério Público Federal.

Foto: YouTube/Lagoinha USA

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