Empresas de ônibus na Região Norte recebem mais subsídios, aponta pesquisa da CNT

09/08/2023 as 8:06 am

Uma recente pesquisa realizada pela Confederação Nacional do Transporte (CNT) trouxe à luz a situação dos subsídios governamentais a empresas de transporte coletivo de passageiros na Região Norte do Brasil, além de revelar informações sobre os salários médios dos motoristas de ônibus na mesma região.

De acordo com os resultados da pesquisa divulgados na terça-feira (08/08), a Região Norte é classificada como a segunda área do país onde mais empresas de transporte coletivo recebem subsídios do governo para auxiliar no pagamento de custos operacionais. Os dados apontam que 50% das empresas na Região Norte afirmaram receber esses subsídios.

Quando se trata dos salários médios dos motoristas de ônibus na Região Norte, a pesquisa aponta que a média é de R$ 2.567,83. Isso representa um valor R$ 480,03 menor do que a média salarial dos motoristas na Região Sul, que é de R$ 3.047,86, a mais alta do país.

A pesquisa também destacou que a pandemia de Covid-19 teve impactos diretos no transporte coletivo, reduzindo o número de passageiros e resultando em um aumento na necessidade de subsídios. A tarifa paga pelos passageiros muitas vezes não é suficiente para cobrir os custos operacionais das empresas de ônibus urbanos, levando as cidades a injetar dinheiro público para garantir a continuidade do serviço.

Antes da pandemia, a pesquisa mostra que 25 sistemas de ônibus urbanos recebiam subsídios. Esse número aumentou para 63 até julho de 2023, atendendo a um total de 163 cidades. Durante o período de fevereiro de 2020 a maio de 2022, foram implementadas 153 ações pontuais de concessão de recursos públicos para enfrentar os desafios trazidos pela pandemia.

A pesquisa, que envolveu entrevistas por telefone, e-mail e formulário eletrônico, revelou ainda que 39,1% das empresas entrevistadas afirmaram receber dinheiro do governo, enquanto 51,15% não possuem subsídios e 9,8% não responderam à pergunta.

Além disso, o estudo abordou a violência enfrentada pelo setor, indicando que 59,2% das empresas foram vítimas de assaltos no último ano, 40,2% sofreram depredações e 20,1% tiveram veículos incendiados.

Em relação aos custos, a pesquisa destaca que 74,1% das empresas consideram o preço do diesel como a principal dificuldade enfrentada, e 72,4% apontam a manutenção dos veículos como o fator que mais sobrecarrega os custos das empresas.

O estudo revela a complexidade do cenário do transporte coletivo de passageiros na Região Norte do Brasil, evidenciando a interação entre subsídios governamentais, salários de motoristas, desafios econômicos e impactos da pandemia. Confira a pesquisa completa no link.

Fotos: João Viana / Semcom

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