Polêmica: associação de Janja entre apagão e privatização gera reações

15/08/2023 as 9:07 pm

A primeira-dama do Brasil, Janja da Silva, gerou polêmica ao sugerir uma possível ligação entre o processo de privatização da Eletrobras e o recente apagão que afetou várias partes do país. No entanto, especialistas em energia e políticos levantaram questionamentos sobre essa conexão.

O apagão ocorreu na terça-feira, 15 de agosto, e resultou em quedas de energia elétrica no Distrito Federal e em cidades de 24 Estados. Janja utilizou sua conta na rede social X (antigo Twitter) para compartilhar a informação de que a Eletrobras havia sido privatizada em 2022, insinuando que isso teria relação com o incidente.

Especialistas, porém, alertam para a complexidade do sistema elétrico e apontam que falhas podem ocorrer independentemente do modelo de propriedade da empresa. A Eletrobras, após a privatização, ainda mantém o governo federal como um acionista majoritário, com quase 35% das ações.

Outro aspecto relevante é que apagões têm sido registrados ao longo dos anos, inclusive durante períodos em que a Eletrobras era estatal e sob gestões do Partido dos Trabalhadores (PT). Isso sugere que o problema não está diretamente relacionado à privatização.

A tentativa de Janja de vincular a privatização ao apagão também gerou reações de políticos. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG) respondeu por meio do Twitter, lembrando que problemas no fornecimento de energia elétrica já ocorreram anteriormente, durante governos do PT, antes da privatização da Eletrobras.

Até o momento, o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, não associou o apagão à privatização da Eletrobras. Ele anunciou que fornecerá mais informações durante uma entrevista coletiva.

Em resumo, enquanto Janja tenta fazer uma conexão entre a privatização da Eletrobras e o apagão elétrico, especialistas e políticos apontam que o cenário é mais complexo e que a ocorrência de apagões é um problema que transcende o modelo de propriedade da empresa.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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