Associação destaca a importância dos flutuantes para Manaus e sua Economia

17/08/2023 as 6:37 am

A discussão em torno dos flutuantes turísticos em Manaus ganha relevância à medida que associações e grupos mobilizados se unem para defender o potencial econômico e sustentável dessas estruturas. De junho a setembro, nas temporadas de verão amazônico, aproximadamente duas mil pessoas desfrutam das voadeiras para explorar a Bacia do Tarumã-Açu e suas atrações flutuantes, proporcionando lazer e movimentando a economia local.

A Cooperativa dos Profissionais de Transporte Fluvial da Marina do Davi (ACAMDAF), órgão responsável pelo controle das embarcações da região, apresentou números que evidenciam a importância desses flutuantes para a economia local. A possível retirada dessas estruturas poderia afetar não somente os negócios dos proprietários, mas também os elos da cadeia econômica que dependem da atividade turística, desde transportadores até fornecedores de produtos e serviços associados.

“Os flutuantes movimentam a finança de todos: quem transporta, quem vende gelo, os postos de gasolina, que também geram impostos, até para quem vende roupas de banho aqui na área da marina. É toda uma cadeia econômica que cresce através da atividade dos flutuantes turísticos. Muitos só têm este pão para levar para casa”, comenta o diretor da cooperativa, Flávio Gonçalves.

Nesse cenário, destaca-se a Associação dos Flutuantes do Rio Tarumã-Açu (Afluta), que reúne esforços para garantir a organização e ordenamento das atividades envolvendo essas estruturas. De acordo com a associação, os flutuantes trouxeram novas opções de lazer e turismo à cidade, democratizando o acesso a uma área antes restrita.

A Afluta argumenta que a coexistência entre turismo, lazer e preservação do meio ambiente é viável, desde que sejam mantidas as práticas sustentáveis e os requisitos de licenciamento estabelecidos pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (IPAAM). A Lei estadual n.º 3.785, de 2012, é apontada como base legal para a operação dos “restaurantes flutuantes” e atividades similares.

“Nós temos consciência de que o Tarumã é um patrimônio natural que devemos preservar para as futuras gerações. Por isso, trabalhamos para ordenar, conscientizar e adequar aqueles que precisam ser adequados, discutir uma regulamentação responsável ambiental, mas também socialmente. Hoje, os flutuantes são o lazer de muitas famílias e o sustento de muitos trabalhadores”, declarou o presidente da Afluta, Nildo Affonso.

Diante das discussões em curso, fica evidente a necessidade de equilíbrio entre o fomento econômico e a preservação ambiental. A busca por soluções que atendam tanto às demandas dos trabalhadores quanto à conservação dos recursos naturais deve ser o foco das autoridades e dos envolvidos no setor turístico. Afinal, a defesa do potencial econômico dos flutuantes turísticos não deve ser dissociada da garantia de um legado sustentável para as futuras gerações.

Fotos: Dhyeizo Lemos / Semcom

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