Delgatti alega que código-fonte possibilita mudança de votos

17/08/2023 as 7:06 pm

No decorrer de seu depoimento perante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), Walter Delgatti Neto, também conhecido como o hacker por trás da Lava Jato, trouxe à tona uma preocupante alegação: o acesso ao código-fonte das urnas eletrônicas poderia permitir a manipulação dos votos. Segundo ele, “quem tem acesso ao código-fonte consegue que seja apertado um voto e o resultado seja outro.”

Delgatti relatou que membros do governo buscavam sua cooperação para gerar um “código-fonte falso”, visando demonstrar aos eleitores a vulnerabilidade das urnas eletrônicas. A proposta consistia em emprestar uma urna da OAB e inserir um aplicativo modificado para mostrar que um voto pressionado resultaria em outro diferente.

O hacker explicou que o código-fonte é o conjunto de instruções que compõe o funcionamento das urnas eletrônicas, e que antes de ser compilado, pode ser alterado para inserir linhas que influenciam a mudança de voto. Segundo suas palavras, o código original, após compilado, é único e final.

A manipulação sugerida tinha a intenção de criar um código-fonte alternativo, não oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), que incluiria linhas conhecidas como “código malicioso”. Essa abordagem objetivava semear dúvidas sobre a integridade das eleições, questionando a segurança do sistema eleitoral.

A declaração de Delgatti coloca em destaque a discussão sobre a confiabilidade das urnas eletrônicas, que têm sido o principal meio de votação no Brasil há anos. A CPMI busca esclarecer a possível fragilidade do sistema eleitoral, abrindo caminho para debates mais amplos sobre a segurança das eleições e a proteção dos votos dos cidadãos.

Fotos: Lula Marques/ Agência Brasil

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