Brics: Líderes globais reúnem-se na 15ª edição

21/08/2023 as 6:02 pm

O grupo composto por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, conhecido como Brics, está reunido em sua 15ª edição anual, a partir de hoje, em Joanesburgo, África do Sul. Com a perspectiva de adesão de novos países, o encontro reúne líderes de quatro das nações originais, enquanto representantes russos comparecem devido à atual crise na Ucrânia.

Crescimento e Impacto Global do Brics

Com uma fatia de 26% do Produto Interno Bruto (PIB) global, o Brics opera sem um critério formal de filiação, similar ao G7, que agrega as sete maiores economias mundiais. No decorrer dos anos, o Brics solidificou sua influência através de acordos de cooperação e da criação do Banco de Desenvolvimento, atualmente liderado pela ex-presidenta Dilma Rousseff.

Originado em 2001 pelo economista Jim O’Neil, o termo Brics representou inicialmente Brasil, Rússia, Índia e China, destacando economias emergentes com grande potencial de crescimento no século 21. A inclusão da África do Sul ocorreu em 2011, conferindo à sigla sua forma atual. Após uma série de encontros de ministros de Relações Exteriores, o grupo evoluiu para cúpulas de chefes de Estado em 2009, promovendo sua projeção global.

Iniciativas e Desafios Futuros

Um marco crucial foi a formação do Novo Banco de Desenvolvimento em 2014, conhecido como Banco do Brics, destinado a financiar projetos de infraestrutura e desenvolvimento sustentável nos países-membros. Ao longo de oito anos, o NBD investiu cerca de US$ 33 bilhões em projetos diversos. Simultaneamente, o Fundo de Reservas do Brics foi criado para salvaguardar a estabilidade financeira dos países membros em momentos de crise, tendo angariado US$ 100 bilhões, com a China contribuindo com US$ 41 bilhões.

Nos últimos anos, o NBD ampliou sua base ao permitir a entrada de nações em desenvolvimento, como Bangladesh, Egito e Emirados Árabes Unidos. O Uruguai também está prestes a se juntar à instituição. A expansão do Brics elevou sua participação na economia global para mais de 8%, enquanto o G7 declinou de 57% para 43% no mesmo período, de acordo com o FMI.

A 15ª reunião ocorre em meio à guerra entre Rússia e Ucrânia, assim como ao plano da China de expandir o grupo. Embora a lista de países interessados em ingressar não tenha sido divulgada, cerca de 40 nações manifestaram interesse, circulando listas paralelas com 18 candidatos. A adesão de novos membros depende de consenso dos cinco integrantes atuais.

Além das implicações financeiras, o Brics promove oportunidades de comércio entre os membros. O Brasil exporta alimentos, minerais e tecnologia de petróleo, enquanto a China oferece tecnologias emergentes. A integração também amplia o acesso do Brasil a recursos naturais russos, produtos farmacêuticos e tecnologias indianas, além de minerais africanos. Com desafios e perspectivas de expansão à frente, o Brics permanece como um player significativo na economia global.

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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