Ah, “Dois irmãos” de Milton Hatoum, meu amigo, é como uma viagem pelas encruzilhadas da alma humana e pela rica tapeçaria de Manaus. Este renomado autor, com seu toque literário, nos transporta para uma história que é mais que uma saga de gêmeos em conflito, é um mergulho nas cores e sabores da imigração libanesa e na metamorfose de uma cidade em evolução.
Neste livro, Hatoum habilmente entrelaça a rivalidade entre Yaqub e Omar com o cenário em transformação de Manaus . O jeito como ele nos guia por esse turbilhão de emoções, ao mesmo tempo em que revela os matizes da cultura e tradições libanesas, é fascinante. Aqueles sons, cheiros e costumes ganham vida sob sua pena.
O que mais me cativa é como Hatoum não se contenta em explorar apenas os conflitos familiares. Ele se aprofunda nas veias da imigração, nas interações entre os libaneses e os caboclos, nas festas, nas bebidas, nas comidas. É como se ele desenrolasse a história não só de Yaqub e Omar, mas também da própria Manaus.
Ao mergulhar em “Dois irmãos”, sinto como se estivesse decifrando o DNA cultural de uma cidade e seus habitantes. Hatoum é um mestre em unir a história com a narrativa, nos proporcionando uma leitura enriquecedora e repleta de autenticidade. Uma verdadeira obra-prima que transcende fronteiras e mergulha fundo na complexidade da vida.
Queridos leitores, convido-os a explorar “Dois irmãos” e se perderem nessa trama que é, ao mesmo tempo, íntima e grandiosa. Uma história que nos desafia a refletir sobre o passado, a cultura e nossas próprias jornadas. Fiquem atentos, pois na próxima semana estarei de volta com mais análises e insights sobre outras joias literárias em nossa coluna . Até lá!
Paulo Albuquerque – Formado em Tecnologia Florestal, instrutor de informática e conectado em Literatura, Sci-Fi e Cultura Pop.
Fotos: Livro – Reprodução/Internet | Milton Hatoum – ABRA/SSA AdaptaLAB/Divulgação