Fukushima: Águas residuais radioativas serão lançadas no oceano

22/08/2023 as 7:41 pm

O governo japonês divulgou que águas residuais tratadas e diluídas, contendo substâncias radioativas, da Central Nuclear de Fukushima Daiichi serão liberadas no oceano a partir desta quinta-feira (24). O primeiro-ministro Fumio Kishida deu aprovação final a essa medida durante uma reunião ministerial. A Tokyo Electric Power Company Holdings (Tepco), operadora da usina, recebeu instruções para iniciar o processo se as condições climáticas permitirem.

Essa liberação marca um marco quase 12 anos e meio após o catastrófico acidente nuclear causado por um terremoto e tsunami em março de 2011. A Central de Fukushima Daiichi está se aproximando do limite de sua capacidade de armazenamento, previsto para o início de 2024, com cerca de 1,33 milhão de toneladas de água acumulada a partir de chuvas, água subterrânea e injeções usadas para resfriar os reatores nucleares.

Tanto o governo japonês quanto a Tepco destacaram a necessidade de remover essa água para evitar riscos potenciais de vazamentos dos tanques de armazenamento. Apesar da aprovação da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), a decisão gerou preocupações em nações vizinhas, como Coreia do Sul e China. Na Coreia do Sul, houve protestos públicos e o governo realizou testes para tranquilizar a população quanto à contaminação ambiental e alimentar resultante das descargas de Fukushima.

O plano de descarga também gerou tensões diplomáticas. A China proibiu a importação de alimentos de dez províncias japonesas, e o comissariado do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês em Macau classificou o plano japonês como irresponsável e uma violação do direito internacional.

Enquanto o governo japonês busca lidar com as crescentes preocupações sobre o gerenciamento de resíduos radioativos em Fukushima, as atenções internacionais permanecem voltadas para a execução e os possíveis impactos dessas descargas no oceano, ecoando a urgência global de uma gestão segura e transparente da energia nuclear.

Foto: Kyodo/via Reuters

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