Este engenheiro chinês foi o responsável pela aposta da China nos carros elétricos há duas décadas. Hoje, o gigante asiático é o maior fabricante e exportador de veículos do mundo, incluindo os elétricos.
Possivelmente, o nome de Wan Gang não diz nada. Talvez, somente se você for um verdadeiro geek, não do automobilismo, mas da engenharia automotiva. Você já deve ter ouvido o nome dele como uma figura relevante na mobilidade e na ascensão dos carros elétricos.
No entanto, a contribuição de Wan Gang para o atual boom dos carros elétricos tem sido fundamental. Este engenheiro chinês, que trabalhou na Alemanha para a Audi e que, de 2007 a 2022, foi Ministro da Ciência e Tecnologia da China, foi o grande promotor da chamada segunda grande revolução chinesa: a do carro elétrico. Por isso, embora Elon Musk, o sul-africano CEO da Tesla, não pare de ganhar as manchetes da mídia global, Wan Gang deve ser reconhecido como o grande impulsionador da revolução dos carros elétricos.
Nascido em 1952 na cidade de Xangai, Wan Gang formou-se na Northeast Forestry University, na cidade chinesa de Harbin. Mais tarde, em 1979, apresentou um trabalho sobre mecânica experimental no Instituto para o Desenvolvimento de Teorias Estruturais de Xangai, na Universidade Tonji, uma das mais importantes do país.
Gang tinha uma visão muito pragmática da tecnologia dos carros elétricos. Ele foi “vendido” ao governo chinês não só como forma de impulsionar o crescimento econômico do país, mas também como uma estratégia adequada para minimizar a dependência da China das importações de petróleo e, ao mesmo tempo, controlar os níveis muito elevados de poluição no país.
Hoje, quando a China se tornou o maior país exportador de veículos do mundo, com 2,4 milhões de veículos vendidos todos os meses em seu território, dos quais mais de 30% já são carros elétricos ou eletrificados. Isso não é nada, já que os especialistas apontam que, até o final deste ano, a penetração dos carros elétricos no mercado chinês poderá ultrapassar os 35% ou mesmo, nas previsões mais otimistas, chegar aos 40%.
Engana-se, assim como eu, quem achar que são produtos de baixa qualidade. Essa segunda Revolução Chinesa promete.
Carlos Queiroz
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