Hoje, nossa conversa será sobre a importância do esporte na formação do indivíduo. Vamos iniciar falando sobre o país que mais investe no esporte segundo um estudo anual da IEG. Os Estados Unidos lideram a lista dos maiores investidores em esporte. O país deve fechar o ano de 2023 registrando um investimento de US$ 4 bilhões na área, mesmo com a crise econômica que vem enfrentando. Na conta, entram gastos com promoções, publicidade e patrocínios a atletas, equipes e eventos, em vários níveis, desde jogos estudantis até as Olimpíadas.
Não por acaso, os EUA sempre despontam em competições internacionais como uma potência esportiva. Em contrapartida, afirmo que o mesmo país sofre com um índice de obesidade e de doenças provenientes da obesidade, estreitamente ligados a compensações e ao crescente número de transtornos mentais, principalmente na faixa etária de 12 a 16 anos. Isso tem muito a ver com o foco na profissionalização, que é importante, mas o que não se pode perder é a prática do esporte como fator educacional, usando as lições que os esportes nos trazem de forma gradativa para que possamos aplicá-las em nossas vidas quando temos que encarar derrotas, quedas, decepções e até injustiças. Quando iniciamos nossas crianças no esporte, seja ele qual for, estamos criando um micromundo de experiências que a vida nos traz em nosso dia a dia.
O esporte eleva a autoestima e traz a sensação de integração e pertencimento, com a distribuição de papéis e o convívio com as regras e diferenças individuais. Nossas crianças passam a se ver como parte de algo maior, além de ampliar a consciência em relação aos direitos e deveres. Quer melhor definição de cidadania? A filosofia olímpica de vida, deixada pelos antigos Jogos Olímpicos da Grécia Antiga, utiliza o esporte como instrumento para a promoção da paz, da união e do respeito por regras e adversários. Um ponto a se pensar é se não está nesse legado a solução para problemas gerados hoje.
Platão dizia que “Depois da música, é na ginástica (esportes) que se devem educar os jovens”. Veja que o filósofo põe em mesmo patamar ferramentas que educam prazerosamente o ser humano. Para o filósofo grego clássico, entendia que, muito além do benefício físico, os esportes poderiam nos ensinar a buscar pela excelência e mostrar para os jovens que a vida não é fácil, que a competição existe e que tudo isso precisa ser enfrentado. A ciência moderna, através de estudos recentes, demonstra que as falas dos gregos antigos sobre os esportes estavam corretas; uma pesquisa da Universidade de Gotemburgo, realizada em 2010, mostrou que as atividades esportivas estão relacionadas diretamente com o desenvolvimento cerebral de crianças e jovens.
O que podemos concluir de tudo isso é que os esportes podem gerar um sentimento de pertencimento, unindo pessoas diferentes em torno de um propósito maior que gira em torno da saúde física, mental, educação cívica e consciência social, ferramentas preciosas para o enfrentamento das realidades negativas que a vida nos apresenta.
Vejo todos na próxima terça-feira. Até lá.
Diogo Augusto , o turco, marido, pai, empreendedor, colecionador, pensador, curioso.
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