Nas primeiras décadas do século XX, os Estados Unidos presenciaram um fenômeno sem precedentes: o boom econômico que deu origem à Supereconomia, liderada pelos chamados Magnatas. Esses empreendedores, como Carnegie, Rockefeller e outros, personificaram o Sonho Americano, alcançando riqueza e sucesso através do esforço próprio e da habilidade de manipular o mercado. Nesse cenário, surge a obra-prima literária de F. Scott Fitzgerald, “O Grande Gatsby,” lançada em 1925.
A narrativa gira em torno de Jay Gatsby, um magnata cuja fortuna é envolta em mistério e controvérsia. Gatsby se estabelece em Nova Iorque, onde adquire uma luxuosa mansão na cobiçada região de West Egg. Ele é conhecido por suas festas extravagantes, com o objetivo de ser aceito na alta sociedade nova-iorquina e reconquistar o amor de Daisy Buchanan, sua amante do passado.
O protagonista da história é Nick Carraway, que se torna amigo de Gatsby e o introduz nos círculos sociais elitistas da cidade. Entretanto, a relação entre Gatsby e Daisy é complicada, uma vez que ela é casada com o aristocrata Tom Buchanan. Tom desconfia das origens e motivações de Gatsby, e isso leva a conflitos intensos entre os dois homens.
Gatsby personifica o mito do Self-Made Man, charmoso e habilidoso em conquistar pessoas com suas festas luxuosas. O livro revela também os métodos obscuros pelos quais os Magnatas muitas vezes acumulavam suas fortunas, frequentemente de forma ilícita através de especulações e manipulações no mercado de ações. Esta é a face sombria do Sonho Americano que o livro aborda de forma incisiva.
Os anos 20 foram uma época de explosão de consumo, com o mercado de ações em alta, levando os Estados Unidos a se tornarem a superpotência capitalista. Contudo, essa era de euforia foi abruptamente interrompida em 1929 com o Crash da Bolsa e a Grande Depressão. O livro também destaca mudanças significativas nos costumes, moda e cultura da época, incluindo o período da Lei Seca, o surgimento das “melindrosas,” mulheres ousadas que desafiavam as normas estabelecidas.
“O Grande Gatsby” é uma obra que captura a essência da cultura do excesso dos Estados Unidos na década de 1920. Seus temas atemporais, como a busca implacável pelo sucesso e a ilusão do amor idealizado, continuam a ressoar na sociedade contemporânea. A versão cinematográfica dirigida por Baz Luhrmann, estrelada por Leonardo DiCaprio como Gatsby, oferece uma visão impressionante desse mundo megalomaníaco dos milionários nova-iorquinos.
Em resumo, “O Grande Gatsby” não é apenas uma obra-prima da literatura, mas um espelho da complexidade do Sonho Americano e das consequências da busca incessante pelo sucesso a qualquer custo. Recomendo vivamente a leitura desta obra para todos os amantes da literatura e da cultura americana.
Convido você a voltar a minha coluna no próximo domingo , onde explorarei outras obras e temas fascinantes da cultura e da literatura. Até lá!
Paulo Albuquerque – Formado em Tecnologia Florestal, instrutor de informática e conectado em Literatura, Sci-Fi e Cultura Pop.
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