Terceiro dia de aflição em Manaus: Fumaça das queimadas persiste

13/10/2023 as 8:21 am

Nesta sexta-feira (13/10), Manaus amanheceu mais uma vez sob uma densa cobertura de fumaça resultante de queimadas, levando a qualidade do ar a níveis alarmantes. A situação persistente indica que as ações anunciadas pelas autoridades até o momento não surtiram efeito significativo na redução da espessa fumaça que envolve a cidade.

A população da capital do Amazonas sofre com a péssima qualidade do ar há três dias consecutivos, enquanto uma densa fumaça paira sobre a cidade, colocando em risco a saúde de todos, com maior impacto nas crianças e idosos.

De acordo com o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no Amazonas, a fumaça que encobre Manaus é consequência das queimadas que ocorrem nos municípios vizinhos de Careiro e Autazes, principalmente relacionadas às atividades agropecuárias. A ação dos brigadistas do Ibama, até o momento, não tem sido suficiente para conter os focos de incêndio e reduzir a poluição do ar na cidade.

Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), Autazes é o quarto município com mais registros de queimadas em toda a Amazônia Legal em outubro, somando um total de 236 focos de calor nos primeiros dez dias do mês. Ambos os municípios estão situados ao longo da BR-319, que liga Manaus a Porto Velho.

O governo do estado anunciou ter aplicado multas no valor de R$ 17 milhões contra responsáveis pelas queimadas em todo o estado, além de ter ampliado a atuação dos bombeiros e equipes estaduais no combate à “onda de calor”. Também foram mobilizadas quatro aeronaves para intensificar o combate aos incêndios. No entanto, os resultados dessas medidas parecem ter contribuído para a piora da qualidade do ar em Manaus.

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está avaliando um pedido de intervenção federal no estado do Amazonas, que enfrenta uma forte estiagem e registrou quase 7 mil focos de queimadas em setembro. A solicitação foi apresentada pela Defensoria Pública do Estado, que alerta para o risco de uma nova crise no fornecimento de oxigênio. A Defensoria argumenta que a intervenção federal é necessária devido à “ausência de ações estruturantes” por parte do governador Wilson Lima.

Apesar de ser uma medida extrema, a intervenção federal é vista como uma forma de conter as queimadas, responsabilizar os desmatadores ilegais e elaborar planos de curto, médio e longo prazo para resolver o problema que afeta não apenas Manaus, mas todo o estado do Amazonas.

Foto: Reprodução/Twitter/X

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