Infelizmente, a politização e a polarização da violência contra a mulher, vem, em nossa ótica, piorando os fatores e os números que nos são mostrados a todo instante por órgãos e entidades que tratam do tema. Portanto, iniciamos nossa conversa afirmando que o “errado” será “errado” sempre, mas devemos dissociar o indivíduo que cometeu o “erro” do universo de indivíduos que de igual só tem o gênero, não vamos generalizar atos, ao mesmo passo que não devemos esconder os fatos; fatos esses que acontecem dia após dia nos lares, empresas, escolas e demais áreas onde há o convívio social.
A ponderação se inicia assim, para entendermos que a minoria dos homens agem e/ou concordam com a agressão contra a mulher (ponto!). Partindo dessa minha afirmativa, quero despolitizar o tema e abordar o mesmo como fenômeno socio cultural isolado, onde o agressor deve ser tratado individualmente e punido pelos crimes que cometeu de forma a desestimular que ele e outros sigam com agressões e aqui eu amplio o termo agressão para além da violência física, pois acredito que maior que a violência física é à violência psicológica, que destrói e torna apática a reação da pessoa agredida.
É importante perceber que a misoginia não é inerente ao caráter humano, mas sim uma atitude aprendida, de forma errada por uma cultura influenciada. A formação do caráter humano é complexa o mesmo é moldado por uma série de fatores externos, incluindo a cultura em que os indivíduos são criados, suas experiências de vida, educação, valores familiares, influências sociais, entre outros, com isso devemos buscar orientar lá na formação da criança os valores de respeito ao próximo e aí seja ele homem, mulher, preto, branco, amarelo, índio ou branco o respeito e a civilidade deve ser plantada e cultivada para serem usadas com qualquer indivíduo.
Quero em nossa conversa destacar que muitos homens (eu por exemplo) rejeitam a misoginia e trabalham ativamente para promover a isonomia entre gêneros e combater o sexismo. Teclando sempre na mudança de atitudes e na educação formal e doméstica, com conscientização e esforços contínuos para desafiar estereótipos de gênero prejudiciais como o feminismo e o machismo.
Esse diálogo, provocado pelos acontecimentos recentes, em que uma apresentadora de tv foi agredida por seu cônjuge, é importante demais para que seja usado como palanque político ou qualquer outro viés que não seja o altruísmo com quem como ela passa por esse problema, penso que seja inadmissível que em pleno ano de 2023 a sociedade não tenha capacidade de evoluir e promover valores igualitários e respeitosos, o deboche de alguns e o poco caso de outros é combustível para que o retrocesso continue.
Lembrando que se você é vítima de violência ou é testemunha de qualquer tipo de violência denuncie, disque 180, e mais do que isso, crie asas, fuja, saia dessa! Se valorize!
Aguardo todos para nossa conversa semana que vem. Até lá!
Diogo Augusto , o turco, marido, pai, empreendedor, colecionador, pensador, curioso.
Foto: Freepick