Rio Negro revela sinais de recuperação e o volume atinge 13,33 metros

22/11/2023 as 7:31 pm

A capital amazonense, conhecida por sua proximidade com o imponente Rio Negro, enfrenta um período desafiador devido à pior seca em 121 anos. Pescadores, comerciantes de flutuantes e feirantes locais demonstram preocupação com a lenta recuperação do nível do rio, que registrou uma cota de 13,33 metros nesta quarta-feira (22). Este cenário tem impactado diretamente a vida e o trabalho desses profissionais.

Conforme relatos de Marcos César Antônio, pescador há duas décadas, a diminuição do volume de água resultou em uma redução significativa na captura de peixes, afetando os preços e a venda do pescado no mercado local. A limitação para embarcações de maior porte devido ao baixo nível do rio tem sido um fator crucial nessa redução.

Além disso, a situação é agravada pelo período de defeso que se aproxima, de 15 de novembro a 15 de março, quando a pesca de várias espécies é proibida para permitir a reprodução. Essa conjuntura preocupa os pescadores, que veem uma redução ainda maior na disponibilidade de peixes para a comercialização.

Em resposta à crise, o governo federal anunciou um auxílio extraordinário de R$ 2.640 para pescadores artesanais afetados pela seca, abrangendo profissionais de 94 municípios da região Norte. Este benefício visa aliviar o impacto econômico da crise hídrica sobre esses trabalhadores.

João Bosco da Silva, outro pescador experiente, mantém uma visão mais otimista. Ele espera que a retomada das chuvas e a normalização dos níveis do rio permitam a recuperação gradual das atividades de pesca e, consequentemente, das vendas.

No entanto, a seca não afeta apenas os pescadores. Wanderson Dias da Silva, que trabalha no Mercado Municipal Adolpho Lisboa, aponta para os efeitos da seca nas plantações de mandioca, essenciais para a produção de farinha, um dos principais alimentos na região. Ele prevê um aumento nos preços da farinha a partir de janeiro, devido às perdas nas plantações causadas pela falta de água.

Para amenizar o impacto econômico, alguns feirantes têm utilizado estoques de farinha guardados desde o início da seca severa, evitando repassar o aumento dos preços aos consumidores. Esta estratégia, no entanto, é temporária e depende da duração dos estoques disponíveis.

*Com informações da Agência Brasil

Foto: Rafa Neddermeyer/Agência Brasil

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