Maceió em alerta: Solo afunda continuamente e chuvas podem agravar situação

03/12/2023 as 1:39 pm

Defesa Civil de Maceió divulgou um boletim na manhã deste domingo (03), revelando que a mina nº 18, localizada no bairro do Mutange, permanece em estado crítico, com uma taxa de afundamento do solo de 0,7 centímetros por hora. Esta velocidade, mantendo-se constante desde o sábado, sugere uma estabilidade no processo de afundamento, mas não diminui a gravidade da situação.

O prefeito de Maceió, JHC (PL-AL), já havia declarado situação de emergência na cidade no dia 29 de novembro, com validade de 180 dias, devido ao iminente risco de colapso. A preocupação se intensifica com o acumulado de deslocamento vertical, que atingiu 1,69 metros até esta manhã, marcando um movimento significativo de 10,8 centímetros nas últimas 24 horas.

A Defesa Civil emitiu uma recomendação clara para a população: evitar transitar na área desocupada até novas atualizações. Enquanto isso, estão sendo aplicadas medidas de controle e monitoramento para mitigar os riscos.

A mineração de sal-gema na região, realizada por 44 anos pela Braskem, tem sido apontada como a principal causa do esgotamento do solo em Maceió. Desde o início das operações pela Salgema Indústrias Químicas de Alagoas, a cidade viu o surgimento de 35 minas de sal-gema, que causaram deslocamentos significativos do solo, afetando diretamente cinco bairros e obrigando milhares de pessoas a deixarem suas casas desde 2018.

Os bairros Bebedouro, Mutange, Pinheiro, Farol e Bom Parto foram os mais impactados pela atividade mineradora. Enquanto moradores das áreas de maior risco foram realocados, aqueles em zonas de menor criticidade enfrentam um isolamento urbano, vivendo em condições precárias e incertas.

Além disso, as condições climáticas na capital alagoana são motivo de preocupação adicional para a Defesa Civil. Embora o domingo tenha amanhecido com tempo aberto e baixa previsão de chuva, chuviscos foram registrados no Bebedouro. Chuvas excessivas poderiam agravar o risco de colapso da mina 18, aumentando a urgência de medidas preventivas e de monitoramento contínuo.

Foto: UFAL

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