Casos de dengue no Brasil atingem marca alarmante de 1,6 milhão em 2023

10/12/2023 as 10:58 pm

O Ministério da Saúde divulgou na última sexta-feira (8) dados preocupantes sobre o aumento dos casos de dengue e outras arboviroses no Brasil em 2023. De acordo com as informações oficiais, os casos de dengue tiveram um aumento significativo de 15,8% em relação ao ano anterior, com um total de 1,6 milhão de ocorrências em todo o país, comparado a 1,3 milhão em 2022. Além disso, a taxa de letalidade permaneceu estável em 0,07%, resultando em 1.053 mortes confirmadas este ano e 999 no ano passado.

A análise do Ministério da Saúde aponta diversos fatores que podem ter contribuído para esse crescimento alarmante. Variações climáticas, aumento das chuvas, aumento da população suscetível às doenças e mudanças na circulação de sorotipos do vírus são apontados como elementos que podem ter impulsionado esse aumento.

Os estados mais afetados pela dengue em 2023 são Espírito Santo, Minas Gerais, Santa Catarina, Paraná, Mato Grosso do Sul, Distrito Federal e Goiás.

No que diz respeito à chikungunya, houve uma redução significativa de 45% nos casos em relação ao mesmo período de 2022, com 145,3 mil casos notificados e 100 óbitos confirmados em 2023. As maiores incidências da chikungunya foram registradas em Minas Gerais, Tocantins e Espírito Santo.

No caso do vírus Zika, até o final de abril de 2023, foram notificados 7.275 casos da doença, com um aumento de apenas 1% em relação a 2022, quando foram registrados 7.218 casos. Até o momento, não há registro de óbitos relacionados ao Zika.

A pesquisa realizada pelo Levantamento Rápido de Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) e pelo Levantamento de Índice Amostral (LIA) revelou que 74,8% dos criadouros do mosquito da dengue estão nos domicílios, incluindo vasos e pratos de plantas, garrafas retornáveis, pingadeiras, recipientes de degelo em geladeiras, bebedouros, pequenas fontes ornamentais e materiais em depósitos de construção. Os depósitos de armazenamento de água elevados e no nível do solo aparecem como o segundo maior foco de procriação dos mosquitos, com 22%, enquanto depósitos de pneus e lixo correspondem a 3,2%.

A relação entre as mudanças climáticas e o aumento dos casos de dengue também é destacada pelo Ministério da Saúde. A combinação de calor e chuvas intensas, possíveis efeitos do El Niño e o ressurgimento dos sorotipos 3 e 4 do vírus no Brasil são apontados como fatores que contribuem para o aumento dos criadouros de mosquitos.

Além disso, está em análise a incorporação da vacina Qdenga ao Sistema Único de Saúde (SUS), com a recomendação de priorizar as localidades e públicos mais afetados pela dengue. A estratégia do método Wolbachia, que envolve a liberação de mosquitos com a bactéria Wolbachia, está sendo ampliada para controlar a transmissão de doenças.

*Com informações da Agência Brasil – Foto: Arquivo/Agência Brasil

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