Níveis dos rios no Amazonas estão abaixo do necessário para transporte fluvial, segundo Sindarma

16/12/2023 as 5:52 pm

Conforme avança a temporada de chuvas no estado do Amazonas, um leve aumento nos níveis dos rios traz um vislumbre de esperança. No entanto, o Sindicato das Empresas de Navegação Fluvial do Amazonas (Sindarma) alerta que a situação ainda está longe do ideal. O retorno à plena normalidade nas operações de transporte fluvial, vitais para o abastecimento de combustíveis, alimentos e insumos, pode se estender até março ou abril de 2024.

De acordo com as análises do Sindarma, apoiadas em dados de órgãos federais de monitoramento climático, o fenômeno El Niño segue influenciando o regime de chuvas, afetando diretamente o nível dos rios. Esta situação compromete a navegação, um dos pilares da logística regional.

O vice-presidente do Sindarma, Madson Nóbrega, destaca que, “as bacias e hidrovias não estão secas como no auge do verão, mas a subida está lenta e muito abaixo do que seria normal para este mês. O transporte de cargas não foi interrompido nos piores momentos da crise e não será agora, mas estamos atentos para assegurar a continuidade das operações dentro das normas de segurança e sustentabilidade” afirma Nóbrega.

Nóbrega chama atenção para regiões críticas como o Alto Solimões e a área da Boca do Madeira. Ele ressalta a importância das chuvas nas cabeceiras dos rios andinos, fundamentais para a melhoria da navegação na bacia amazônica.

Impactos

Dados divulgados pela Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) mostram como a seca afetou a navegação no Amazonas. Especificamente no Rio Negro, houve uma redução de 18,3% no volume de cargas transportadas no terceiro trimestre de 2023, em comparação com o mesmo período do ano anterior. Esse decréscimo é notável, especialmente nos transportes de óleo bruto e derivados de petróleo.

Em contraste, na hidrovia do Rio Amazonas, observou-se um aumento modesto de 1,8% na navegação interior. No Rio Madeira, apesar dos desafios enfrentados, não se registrou uma diminuição significativa nos volumes transportados, embora tenha havido uma queda de 42% no transporte de contêineres.

Nóbrega enfatiza que “apesar de todas as dificuldades, as empresas transportadoras do Amazonas mantiveram seu compromisso com o desenvolvimento social e econômico do estado, afastando qualquer risco de desabastecimento na região e seguiram as atividades apesar contabilizar prejuízos significativos provocados pela estiagem e ausência de apoio para continuidade das operações”,” conclui o dirigente.

Foto: Divulgação/Sindarma

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