Quando Robert Smith, da banda The Cure, cantou ‘I would say I’m sorry if I thought that it would change your mind’, ele não estava apenas expressando um lamento; estava redefinindo a masculinidade na música.” Com essas palavras, mergulhamos no universo de “Boys Don’t Cry”, um clássico que desafiou convenções e se tornou um hino atemporal.
Os anos 80 foram um período de transição e efervescência cultural. Foi a década que viu o surgimento do MTV, a explosão do synth-pop e o advento do new wave. No meio dessa efervescência, The Cure surgiu com um som que misturava o melancólico com o acessível, criando um nicho próprio que desafiava as normas do rock da época.
“Boys Don’t Cry”, lançada em 1979 e regravada para o álbum de mesmo nome em 1980, é um exemplo primoroso dessa mistura. A música foi criada num período onde a banda ainda estava moldando seu som. Com uma melodia cativante e letras que falam diretamente ao coração, ela se destacou imediatamente. A guitarra jangly de Porl Thompson e o baixo melódico de Simon Gallup se juntam à inconfundível voz de Smith para criar uma canção que é ao mesmo tempo simples e profundamente evocativa.
A letra de “Boys Don’t Cry” é uma reflexão sobre emoções e masculinidade. Ela desafia a noção de que os homens não devem mostrar sua vulnerabilidade, uma mensagem que era revolucionária na época e continua a ser relevante. Smith canta sobre arrependimento e dor com uma sinceridade que transcende gêneros e gerações.
Ao longo dos anos, “Boys Don’t Cry” foi recebida tanto com louvor quanto com críticas. Enquanto alguns a viam como uma peça fundamental do pós-punk, outros a consideravam muito simples. No entanto, sua influência é inegável, e sua popularidade só cresceu com o tempo.
Diversas versões da música surgiram ao longo dos anos, incluindo covers por artistas de diferentes gêneros. Cada versão oferece uma nova perspectiva sobre a faixa original, reafirmando sua flexibilidade e apelo universal.
Nos dias de hoje, “Boys Don’t Cry” ressoa talvez ainda mais forte, em um mundo onde a expressão das emoções e a quebra de estereótipos de gênero são amplamente discutidos. É uma música que fala da condição humana de uma forma que poucas conseguiram.
Para concluir, “Boys Don’t Cry” não é apenas um clássico dos anos 80; é uma música que continua a influenciar e inspirar. Ela nos lembra da importância de ser verdadeiro com nossos sentimentos e de desafiar as normas que nos restringem. Na próxima semana, continuaremos a explorar canções que moldaram gerações e ainda ressoam em nossos corações . Até lá, redescubra “Boys Don’t Cry” e reflita sobre o poder da vulnerabilidade na música.
Angelo Gomes – Profissional de marketing, músico e colecionador de livros e cd’s
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