Manifesto: Empresários criticam apoio de Lula à ação contra Israel

20/01/2024 as 9:41 am

Um grupo de empresários, executivos, pesquisadores e artistas assinou um abaixo-assinado instando o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a reconsiderar o apoio do Brasil à ação movida pela África do Sul contra Israel por suposto genocídio. O manifesto, endereçado ao líder petista, argumenta que as acusações carecem de fundamentos sólidos e solicita uma postura justa e equilibrada por parte do governo brasileiro.

O abaixo-assinado, hospedado em uma plataforma de petições online, já reuniu quase 20 mil apoiadores até a manhã da sexta-feira (19). Entre as 119 personalidades que subscreveram o manifesto, destacam-se nomes que, em geral, são aliados de Lula, como a presidente do conselho de administração do Magazine Luiza, Luiza Helena Trajano.

O texto reconhece a complexidade do conflito entre Israel e Palestina, assim como o sofrimento da população em Gaza. No entanto, ressalta que o termo “genocídio” implica uma intenção deliberada de exterminar um grupo étnico, o que, segundo o manifesto, não reflete a realidade israelense. O documento argumenta que o conflito foi desencadeado por ataques terroristas do Hamas, organização que prega abertamente a destruição de Israel.

LEIA O MANIFESTO NA ÍNTEGRA

Nós, cidadãos preocupados, expressamos nosso descontentamento com a decisão do governo brasileiro de apoiar a ação da África do Sul contra Israel na Corte Internacional de Justiça. Compreendemos a complexidade da situação em Gaza e o sofrimento da população local. No entanto, é imperativo avaliar todos os aspectos antes de endossar tal iniciativa, principalmente quando se trata da séria acusação de genocídio.

Genocídio, por definição, implica a intenção de exterminar pessoas com base em nacionalidade, raça, religião ou etnia. Não acreditamos que seja sua visão ou a percepção geral dos brasileiros que Israel tenha tal objetivo. Pelo contrário, reconhecemos que o conflito teve início com um ataque terrorista do Hamas, que declaradamente busca a eliminação de Israel e de seu povo.

O Hamas utiliza civis como escudos humanos e mantém reféns inocentes, o que contribui significativamente para a complexidade e gravidade da situação em Gaza. Ao apoiar o pedido da África do Sul, o Brasil pode inadvertidamente reforçar uma visão distorcida dos eventos, simplificando uma realidade complexa.

Instamos, portanto, uma reconsideração desse apoio e a adoção de uma abordagem justa e equilibrada. Enquanto buscamos aliviar o sofrimento em Gaza, é crucial pressionar não apenas Israel, mas especialmente o Hamas, para que cesse o uso de escudos humanos e liberte os reféns. A responsabilidade pela situação deve ser atribuída a todas as partes envolvidas, sem acusações infundadas, como a de genocídio praticado por Israel.

Apelamos por uma atitude que promova a verdade, a justiça e um ambiente propício para negociações de paz duradouras.

Brasil, 15 de janeiro de 2024

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

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