Estava revendo alguns filmes antigos do grandioso Charlie Chaplin e me deparei com o tema de nossa conversa da semana. Dando sequência ao raciocínio da semana passada, fico pensando o quanto poderíamos progredir se nossos políticos, por vezes, silenciassem. Tão somente isso, resguardassem os demais de suas ideias desarrazoadas ou deturpadas por ideologias pouco aplicáveis.
Recordava vagamente de uma passagem bíblica que falava sobre o silêncio, fui buscar para ilustrar aqui. Diz Provérbios 17.28: “Até o insensato passará por sábio se ficar quieto e, se conter a língua, parecerá que tem discernimento.” Imaginem, usar o silêncio como fuga de um assunto desconhecido e ainda causar a impressão de sabedoria. O poder da neutralidade é uma aula bíblica de diplomacia, e ainda mais a fundo nos ensinamentos bíblicos em Provérbios 21.23: “O que guarda a boca e a língua guarda das angústias a sua alma.” Independente de religião, é um ensinamento de sabedoria. Imaginem quantos incidentes diplomáticos não poderiam ser evitados se as línguas fossem mantidas em silêncio, inclusive nos acontecimentos mais recentes entre Brasil e Israel. O silêncio possui um poder inigualável. Pode transmitir emoções, expressar pensamentos profundos e até mesmo estabelecer conexões mais profundas com o mundo.
O silêncio também é um espaço de reflexão, de autoconhecimento e de introspecção. É nele que conseguimos ouvir nossos próprios pensamentos, entender nossas emoções e encontrar respostas para questões que nos perturbam. Muitas vezes, a soberba humana grita para afastar esse momento, e aqui me dirijo àqueles que debatem conceitos disformes: parem e pensem em silêncio, internalizem os acontecimentos, tirem conclusões, revisem a história e busquem no silêncio a sabedoria.
Portanto, é importante reconhecer o poder do silêncio em nossas vidas, sobretudo nas relações exteriores. Devemos aprender a apreciar esses momentos de quietude e buscar entender as questões que permeiam os acontecimentos presentes com a história. Entender que nem sempre é necessário falar, compreender que a soberba é irmã da burrice e que, em tempos de notícias e informações constantes e de polarizações intensas, calar é sinal de maturidade e sabedoria. Falar é como lançar uma flecha, é difícil prever e/ou reverter os resultados.
Pior do que não guardar a língua em momento oportuno é manter e defender os maus efeitos causados. É importante lembrar que a humildade e a abertura ao diálogo são essenciais para o crescimento pessoal e institucional, e para a construção de relações mais saudáveis. E então, será que eles e nós estamos prontos para silenciar? Aguardo todos na próxima semana! Até lá!
Diogo Augusto , o turco, marido, pai, empreendedor, colecionador, pensador, curioso.
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