Já conversamos sobre as vantagens do esporte em nossas vidas, a formação do caráter através dos preceitos do esporte. Com tudo que acontece no mundo atualmente, tenho notado que o ano olímpico de 2024 está enfarruscado. Como diria um velho lobo do mar, talvez pela desclassificação da seleção brasileira de futebol, afinal, o futebol é o amor dos brasileiros; nessa Olimpíada, amor não correspondido. Infelizmente!
Contudo, penso que há algo maior a ser observado nesses jogos, o símbolo maior do sentimento olímpico. Teremos atletas russos disputando com uma bandeira alheia à de seu país, veremos russos e ucranianos, israelenses e árabes, todos sob o mesmo teto e as mesmas regras, convivendo em harmonia! Um milagre próprio do esporte.
As Olimpíadas, como conhecemos, vêm acontecendo desde 1896. Com a empolgação e a vontade de um homem, o Barão Pierre de Coubertin revitalizou as origens gregas, dando início aos Jogos Olímpicos modernos, realizados de quatro em quatro anos, nos dão lições de caráter, humanidade e até de moral. O Barão acreditava firmemente que o esporte poderia promover a paz e a cooperação entre os povos. Acreditem, a visão do Barão de Coubertin era assertivamente perfeita; o esporte é tão importante para desvendar os véus da humanidade que, em 1936, quando a ditadura da Alemanha nazista tentou camuflar seus intentos racistas e antissemitas, um homem, um atleta, desafiou o ditador nazista e suas ideias doentias de superioridade racial.
Jesse Owens destacou-se ganhando quatro medalhas de ouro no atletismo. Com uma atuação de gala no Estádio Olímpico da capital alemã, Owens venceu as provas de salto em distância, 100 m, 200 m e revezamento 4×100 m rasos, provando, para aqueles que duvidavam, que não existe diferença entre os seres humanos, demonstrando para o mundo que o que nos diferencia é o quanto nos esforçamos e quanto nos empenhamos para mudar a história e, por que não, nossas vidas. Quando me volto para 2024, em mais um ano olímpico, 88 anos passados desta lição do esporte para a humanidade, identifico que não aprendemos a lição de Jesse Owens!
Aquele homem desafiou uma ideologia e mudou a farsa montada pelos alemães nazistas para um símbolo de resistência até os dias atuais, provou que não devemos deixar que os obstáculos e as adversidades nos impeçam de alcançar os nossos objetivos com persistência, determinação e resiliência. Enfrentou o racismo e a discriminação durante toda a sua carreira.
Owens superou todas as dificuldades e se tornou um dos maiores atletas da história. Esforço, dedicação e trabalho árduo. Podemos superar qualquer desafio para atingir o sucesso. A lição que fica do atleta é o exemplo de perseverança e coragem. A história serve de inspiração para todos nós que, diante de quaisquer obstáculos, cogitamos desistir. Aguardo todos na próxima semana. Até lá!
Diogo Augusto , o turco, marido, pai, empreendedor, colecionador, pensador, curioso.
Foto: Pixabay