Amazonas e Pará são os estados mais afetados por raios no país, conforme pesquisa do Elat

12/05/2024 as 7:38 pm

Recentemente, o Brasil testemunhou uma série de tragédias relacionadas a raios. Em Aragominas, Tocantins, um adolescente perdeu a vida enquanto trabalhava na produção de farinha de mandioca, atingido por um raio. No litoral do Rio de Janeiro, em Arraial do Cabo, outro jovem encontrou um destino trágico enquanto realizava tarefas rotineiras na praia.

A tragédia não se limitou a essas regiões. Em Mato Grosso do Sul, dois episódios fatais chamaram a atenção: uma mulher pescando às margens do Rio Paraguai, em Ladário, e um homem em Água Clara, que foi eletrocutado enquanto usava seu celular conectado à tomada durante uma tempestade.

Esses eventos destacam uma realidade preocupante: o Brasil é um dos países mais propensos a raios em todo o mundo. De acordo com dados do Grupo de Eletricidade Atmosférica (Elat), vinculado ao Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), entre 2018 e 2022, o país registrou uma média anual de 590 milhões de descargas atmosféricas.

Essa preocupação motivou a produção de uma cartilha pelo Instituto Tecnológico Vale (ITV), que revela dados sobre o fenômeno e oferece orientações para prevenção de riscos. Os estados do Amazonas, Pará, Mato Grosso, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul foram identificados como os mais afetados, conforme destacado no documento.

Douglas Ferreira e Ana Paula dos Santos, cientistas do ITV, lideraram o esforço para compilar informações sobre o perfil das vítimas, as circunstâncias mais comuns dos acidentes e medidas preventivas. A distribuição dessa cartilha em comunidades e escolas é um passo na conscientização sobre os perigos dos raios e na promoção de medidas de segurança.

Os dados do Elat também revelam que, anualmente, os raios causam cerca de 110 mortes e ferimentos em mais de 200 pessoas no Brasil. A maioria das vítimas é de homens, com destaque para crianças e jovens entre 10 e 29 anos.

Na análise das circunstâncias, constatou-se que 26% dos episódios ocorreram durante atividades em área rural e 21% dentro de casa, em situações que envolveram, por exemplo, uso de telefone e de aparelhos conectados à tomada ou proximidade de portas e janelas. Em 9%, a vítima encontrava-se em locais como rios, lagos e mares ou perto de corpos d’água. O recorte por estações mostrou que 43% dos casos ocorreram no verão, 33% na primavera, 16% no outono e 8% no inverno.

Foto: Marcello Casal jr/Agência Brasil

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