Starlink é a única empresa a atender requisitos em licitação de internet para o Exército na Amazônia

19/05/2024 as 11:22 pm

O Comando Militar da Amazônia abriu uma licitação de R$ 5,1 milhões para fornecer internet via satélite na região. Os critérios estabelecidos foram tão específicos que apenas a Starlink consegue atender plenamente no Brasil, conforme dados revelados pela Folha de São Paulo.

O edital do Comando estipulou uma série de requisitos que restringiram a competição, levando a uma seleção direcionada, segundo análises de especialistas, empresários e membros da Anatel consultados pela Folha.

Os documentos militares determinaram que somente propostas de internet via satélite de baixa órbita seriam consideradas, com velocidades mínimas de download de 80 megabits, upload de 20 megabits e uma latência (tempo de envio de dados) não superior a 100 milissegundos.

Apesar de outras sete empresas operarem satélites de baixa órbita no Brasil, somente a Starlink cumpriu todos os requisitos na vasta região amazônica. Outras empresas conseguiram atingir a velocidade exigida, mas falharam em atender à latência estabelecida no edital.

A Hughes Telecomunicações do Brasil, por exemplo, operadora da constelação de satélites de baixa órbita OneWeb no país, questionou se seria possível apresentar uma proposta de serviço com a velocidade exigida, porém com uma latência um pouco maior.

Em resposta, o Exército afirmou que os parâmetros foram definidos após uma pesquisa de mercado e análise de suas necessidades operacionais. Estão previstos 104 pontos de instalação de antenas, sendo 64 fixos e 40 móveis.

“O uso da tecnologia de comunicação por meio de satélites de baixa órbita tem se mostrado capaz de atender aos requisitos de conectividade das aplicações militares, em particular, na região amazônica e na faixa de fronteira, tais como aplicações de vídeo para acompanhamento de operações em lugares remotos, telefonia IP, videoconferência, acesso a sistemas corporativos administrativos e operacionais”, declarou o Exército.

Ao todo, 13 empresas apresentaram propostas na licitação do Comando Militar da Amazônia, sendo que apenas três são revendedoras autorizadas pela Starlink.

Foto: Paulo Pinto/Agência Brasil

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