RS: Nível do Rio Guaíba fica abaixo da cota de inundação pela 1ª vez em um mês

01/06/2024 as 9:54 pm

O Rio Guaíba, neste sábado (1º), registrou o nível abaixo da cota de inundação pela primeira vez em um mês, conforme dados da Agência Nacional das Águas. Às 5h da manhã, o rio marcava 3,58 metros, dois centímetros abaixo do limite de transbordamento, estabelecido em 3,6 metros.

Desde as 23h de (2/5), quando o nível atingiu 3,67 metros, o Rio Guaíba não se encontrava abaixo da cota de inundação. Com essa diminuição, muitos moradores puderam finalmente retornar às suas casas e estabelecimentos comerciais após mais de 25 dias de evacuação, especialmente em áreas como Humaitá, onde está localizado o pátio do metrô, e na Vila Farrapos, onde se encontram numerosas residências.

Na última terça-feira (28/5), o governo do Rio Grande do Sul implementou uma mudança, elevando a cota de inundação de 3 metros para 3,6 metros. Essa alteração foi baseada em medições feitas em uma nova régua instalada mais ao sul do Cais Mauá, onde as leituras eram anteriormente realizadas.

É importante ressaltar que a mudança na cota de inundação não afeta a medição do recorde histórico do Guaíba, que atingiu 5,35 metros em 5 de maio. Isso se deve ao fato de que, quando o nível do rio está em 3,6 metros no Gasômetro, ele se encontra em 3 metros no Cais Mauá.

As inundações resultantes do transbordamento do Rio Guaíba causaram danos em diversos bairros da capital gaúcha, resultando em perdas humanas e materiais significativas. A infraestrutura do estado foi severamente afetada, com dezenas de deslizamentos de terra e pontes arrastadas, resultando no isolamento de milhares de famílias. Até o momento, mais de 77 mil pessoas foram resgatadas.

As fortes chuvas que assolaram o estado desde 27 de abril deixaram um rastro de destruição ao longo de diversos rios, como Taquari, Sinos, Caí, Gravataí, Pardo e Jacuí, antes de culminar em um grande volume de água no Rio Guaíba.

Segundo os últimos dados da Defesa Civil gaúcha, a tragédia resultou em 169 mortes confirmadas até o momento, com 44 pessoas ainda desaparecidas. Mais de 2,3 milhões de pessoas foram afetadas pela calamidade. Durante o pico das cheias, cerca de 630 mil indivíduos foram obrigados a abandonar suas residências, com 39 mil ainda em abrigos temporários.

Foto: Lauro Alves/Secom

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