No último domingo, as ilhas Maldivas, destino turístico de muitos famosos e milionários do mundo, proibiram a entrada de cidadãos com passaportes israelenses no país, informou o gabinete do Presidente Mohamed Muizzu. O governo deixa claro que a medida é um protesto contra a guerra em Gaza, anunciando uma manifestação nacional em “solidariedade à Palestina”. É importante salientar que a população é de maioria mulçumana e que o Presidente foi pressionado pela oposição para tomar essa decisão, é importante ressaltar que a medida é muito mais emblemática do que efetiva uma vez que já se tinha uma queda de mais de 80% de turistas israelenses no arquipélago.
Em contrapartida o governo Israelense solicita aos seus cidadãos que evitem a ida para o país e que os que lá estão considerem sair com urgência para que não sofram qualquer sanção negativa naquele país, alegando que após a efetiva proibição teriam dificuldades em prestar auxílio aos seus compatriotas.
A notícia vai muito além da “simples” limitação do destino de férias de um povo, a atitude vem travestida de paz, uma vez que ao sinalizar mais uma vez a intolerância étnica de dois povos a “solidariedade à Palestina” deveria ser espelhada, sim, com a convivência pacifica dos mulçumanos maldivanos com os judeus israelenses, que por sinal possuem na história global bastante semelhanças uma vez que a população da ilha descende em sua maioria dos galeses e escoceses que se instalaram no território em 1833, ambos no passado sofreram com seus colonizadores e ainda sofrem com a xenofobia em seus próprios países originários. Penso que deveria partir dessa sustentação o exemplo de paz, teria sim, o Presidente Mohamed Muizzu, uma base maior para que seu pedido fosse abraçado por muito mais pessoas influentes pelo mundo, talvez elevasse o arquipélago para um nível de maior de relevância, quem sabe, um ponto azul de paz no Oceano Indico.
Entendemos que xenofobia entre judeus e muçulmanos nas Ilhas Maldivas é um fenômeno complexo que reflete tensões históricas e culturais profundas. É preciso que se toque no assunto e que o povo se manifeste para não serem vistos como perpetuadores de preconceitos antissemitas enraizados em narrativas históricas e políticas. A falta de compreensão mútua e o medo do desconhecido devem deixar de existir naquele paraíso.
É crucial abordarmos essas questões de xenofobia com sensibilidade e educação. Promover a diversidade, o diálogo intercultural e a compreensão mútua podem ajudar a combater essas atitudes negativas, como a do Presidente, promovendo a construção de pontes de respeito e cooperação entre as comunidades judaica e muçulmana em Maldivas.
A intolerância e o preconceito só podem ser superados quando nos esforçamos para cultivar a aceitação e a harmonia entre todos os povos, independentemente de suas crenças e origens, algo bem próximo do que ensinava Mahatma Gandhi ele acreditava na capacidade de cada indivíduo de promover a paz por meio de ações pacíficas e da empáticas com o próximo. Que haja paz então! Aguardo todos na próxima semana. Até lá!
Diogo Augusto , o turco, marido, pai, empreendedor, colecionador, pensador, curioso.
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