Seca severa coloca região em alerta máximo, apontam especialistas do Censipam

01/07/2024 as 2:32 pm

Especialistas alertam para a iminência de uma seca severa na Amazônia em 2024. O Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (Censipam) emitiu um aviso preocupante devido ao baixo índice de chuvas e às previsões de temperaturas acima da média para a região.

Segundo Flávio Altieri, analista do Censipam, os estudos indicam que este ano poderá enfrentar condições muito semelhantes às da seca do ano passado. Nos últimos 12 meses até abril, o Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico registrou um déficit de 27% nos volumes de chuva. Alan Vaz Lopes, superintendente de Operações de Eventos Críticos, alerta para a sensibilidade dos rios amazônicos à falta de chuvas, enfatizando que pequenos déficits de chuva podem resultar em reduções nos níveis de água e escoamento.

Um dos impactos imediatos previstos é a navegabilidade dos rios, crucial para as populações isoladas que dependem do transporte fluvial para adquirir bens de consumo. Altieri destaca que rios como o Madeira, Amazonas e Tapajós, que são essenciais para o transporte de cargas, podem sofrer com a redução do nível de água, afetando diretamente a economia da região.

Além disso, a seca pode comprometer o abastecimento de energia do país, uma vez que a Amazônia abriga 17 usinas hidrelétricas que respondem por uma parte da energia consumida no Sistema Interligado Nacional. Embora outras fontes de geração possam compensar interrupções, ajustes na operação podem ter impactos.

A sazonalidade da seca na Amazônia implica variações nos níveis dos rios ao longo da região, com o período mais crítico previsto entre setembro e novembro.

Altieri enfatiza a importância do planejamento preventivo para garantir o abastecimento de alimentos e água potável, especialmente em comunidades remotas que dependem dos rios como fonte crucial. Com 164 pontos de captação de água superficial na região, essas comunidades estão particularmente vulneráveis aos efeitos da seca severa.

Foto: Defesa Civil de Porto Velho – Rondônia

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