Brasil lidera ranking global de crimes relacionados ao tráfico de drogas, aponta Ipsos

02/07/2024 as 6:47 pm

Uma pesquisa da Ipsos, intitulada “Global Advisor – Crime”, revelou que 61% dos brasileiros relataram ter presenciado ou ouvido falar de crimes ligados ao tráfico em seus bairros nos últimos 12 meses.

Comparado a 31 países, o Brasil lidera o ranking com uma média global de 37%. Chile (60%) e Colômbia (54%) ocupam o segundo e terceiro lugares, respectivamente, enquanto Israel (15%), Polônia e Nova Zelândia (ambas com 22%) apresentam os menores índices.

Além do tráfico, a pesquisa destacou um alto índice de testemunhos de consumo de drogas ilícitas no Brasil, com 72% dos entrevistados admitindo ter observado esse comportamento em seus bairros, superando a média global de 51%. A Colômbia lidera neste aspecto, com 80%, enquanto Israel registra o menor índice, com 22%.

Sobre as causas percebidas da criminalidade, a pesquisa revelou que a pobreza e o desemprego são apontados por 49% dos brasileiros como fatores significativos. Educação precária (44%), abuso de drogas e álcool (37%) e aplicação ineficaz da lei (36%) também foram destacados como contribuintes para a criminalidade, alinhando-se com as percepções globais.

Em relação à violência, quase metade dos brasileiros (48%) afirmou ter presenciado ou ouvido falar de assaltos em seus bairros nos últimos 12 meses, situando o Brasil como o 10º país mais afetado globalmente. África do Sul (81%), Turquia (66%), Nova Zelândia (57%), Bélgica (55%) e Irlanda (55%) lideram este ranking, enquanto Colômbia (30%), Israel (33%) e Hungria (34%) apresentam os menores índices de criminalidade local.

Dados estatísticos indicam que, em 2021, a taxa de homicídios no Brasil atingiu 21,26 por 100.000 habitantes, uma das mais altas globalmente. Contudo, houve uma redução significativa nos últimos anos, com 40.429 homicídios registrados em 2023, o menor número em 14 anos.

Apesar dessa queda, 36% dos brasileiros ainda acreditam que a violência tende a aumentar, uma percepção que reflete a persistente insegurança pública, influenciada também pela corrupção endêmica no país.

Foto: Fernando Frazão / Arquivo Agência Brasil

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