Plano Safra 2024/2025 traz recursos insuficientes para atender demandas do setor, afirma Aprosoja

04/07/2024 as 10:10 am

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou na última quarta-feira (3) o lançamento do Plano Safra, que alcança o montante recorde de R$ 475 bilhões. Destes, R$ 400 bilhões serão destinados ao agronegócio empresarial, enquanto R$ 75 bilhões serão direcionados aos pequenos e médios produtores.

O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, detalhou que dos R$ 400 bilhões destinados ao agronegócio empresarial, R$ 293 bilhões serão utilizados para custeio e comercialização, enquanto R$ 107 bilhões serão direcionados para investimentos em infraestrutura. Fávaro ressaltou que este ano o plano representa um aumento de 40% em comparação aos anos anteriores, refletindo o compromisso do governo com o setor agrícola mesmo em tempos de ajuste fiscal.

Além dos recursos diretos, o agronegócio empresarial contará com um incremento de R$ 108 bilhões por meio de Letras de Crédito do Agronegócio (LCA) com subvenção governamental, totalizando um impacto de meio trilhão de reais. Outros R$ 16,5 bilhões serão aportados pelo Tesouro Nacional para equalização de taxas de juros, visando reduzir o custo do crédito aos produtores rurais e fortalecer o resultado primário.

Este ano, o plano também incluirá uma nova linha de crédito destinada a fomentar a produção de culturas em regiões antes menos exploradas, como o incentivo à expansão da produção de arroz fora do Rio Grande do Sul.

A necessidade de diversificação e aumento da autossuficiência na produção de arroz ganha destaque após recentes eventos climáticos no Sul do país, que afetaram significativamente a produção local. Atualmente, o Rio Grande do Sul responde por 80% da produção nacional de arroz, seguido por Santa Catarina com 15%, enquanto o restante é distribuído por outras regiões do Brasil.

Criticas

A Associação Brasileira dos Produtores de Soja (Aprosoja Brasil) lançou duras críticas ao Plano Safra 2024/2025, principal programa de crédito voltado para a agricultura nacional, elaborado pelo governo federal. Segundo a entidade, o atraso no lançamento do plano comprometeu severamente o planejamento tanto dos tomadores de crédito quanto das instituições financeiras.

Em pronunciamento realizado ainda na quarta-feira (3), a Aprosoja Brasil destacou que, embora seja uma ferramenta importante para o incentivo à agropecuária brasileira, os recursos e condições anunciados são considerados insuficientes para atender às demandas da produção nacional.

Maurício Buffon, presidente da Aprosoja Brasil, enfatizou que um dos principais pontos de discordância é a falta de equalização de taxas de juros para a maior parte dos recursos disponibilizados. “O ano de 2024 está sendo bastante desafiador e, infelizmente, o governo não está ajudando em nada o setor”, afirmou Buffon.

Foto: Ricardo Stuckert / PR

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