Crianças e adolescentes institucionalizados e saúde

18/07/2024 as 11:37 am

A disseminação dos vírus respiratórios em instituições de acolhimento para crianças e adolescentes é uma preocupação importante de saúde pública, especialmente devido às características dessas doenças respiratórias virais de alta transmissibilidade e ao ambiente coletivo dessas instituições, o que favorece a disseminação.

Também temos o contexto de que muitas dessas crianças e bebês se encontram em situação de desnutrição ou subnutrição, tem necessidades especiais ou são indígenas, o que favorece o agravamento nesses casos.

A bronquiolite é uma patologia aguda das vias aéreas inferiores ocasionada por vírus respiratórios como o Vírus Sincicial Respiratório ( VSR), mas também pela Influenza A e B e pelo vírus da COVID-19 ( SARS-COV-2), que afeta principalmente lactentes e crianças pequenas. A transmissão desses vírus ocorrem por meio de gotículas respiratórias, contato direto com secreções contaminadas e superfícies infectadas.

Nas instituições de acolhimento, onde há um grande número de crianças convivendo em um espaço limitado, o risco de propagação dos vírus respiratórios é aumentado.

Devido à imaturidade do sistema imunológico das crianças e à proximidade física entre elas, os vírus respiratórios que ocasionam a bronquiolite podem se disseminar rapidamente nessas instituições, causando surtos e colocando em risco a saúde de todos os residentes, bem como dos cuidadores e profissionais que atuam no local.

É fundamental adotar medidas preventivas para reduzir o risco de disseminação das infecções virais em instituições de acolhimento, tais como:

Educação sobre higiene respiratória e práticas de prevenção de infecções para cuidadores, crianças e adolescentes;
Ventilação adequada dos ambientes e manutenção da limpeza das instalações;
Isolamento de crianças com sintomas respiratórios para evitar a propagação da doença;
Vacinação contra influenza e outras patologias previstas no Programa Nacional de Imunização do SUS para reduzir o impacto de infecções respiratórias sazonais e das suas complicações ( pneumonias, difteria, coqueluche).
Monitoramento constante da saúde das crianças e pronta intervenção em casos suspeitos ou confirmados de infecções virais.
⁠alertar e instruir os funcionários das instituições de acolhimento sobre os sinais e sintomas de início e gravidade que sinalizam o agravamento para a bronquiolite.
planos de prevenção referentes a disseminação de vírus respiratórios em instituições de acolhimento devem ser desenvolvidos pelas autoridades responsáveis pelo bem-estar das crianças e adolescentes em parceria com prestadores de serviços e líderes comunitários.
⁠Otimizar a regulação de leitos, via central de regulação de leitos, com a coordenação da Secretaria Estadual de Saúde, dando prioridade aos bebês e crianças das instituições de acolhimento devido ao maior risco de agravamento desses infantes.

Ao adotar essas medidas preventivas e promover a conscientização sobre a importância da prevenção de doenças respiratórias, é possível minimizar o risco de disseminação da infecções virais que favorecem a bronquiolite em instituições de acolhimento e proteger a saúde e bem-estar das crianças, adolescentes e demais envolvidos.

O texto acima foi escrito com a colaboração e supervisão de:
José Theógenes Cronemberger Guimarães Filho
Médico Infectologista
Universidade de Pernambuco / Hospital Universitário Oswaldo Cruz
CRM PE 16101 / RQE 1756

Pai por adoção ❤️
O referido médico é autor do material abaixo o qual generosamente foi disponibilizado para toda e qualquer instituição de acolhimento que tiver interesse em implementar.
https://drive.google.com/file/d/1Vi1Ls1DE1RCBwufdeNKKgMZyyCN3iiMY/view?usp=sharing

Luiza Simonetti, advogada militante e ativista dos direitos das crianças e adolescentes, presidente da Comissão de Direito de Familia e Adoção da OAB-AM, Mãe do Enzo, do Theo e da Eliza, madrasta apaixonada pela Manu e Bernardo.

Instagram: @luiza.simonetti.adv

Foto: Reprodução

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