Manacapuru está entre as 50 cidades com maior incidência de estupros no Brasil

19/07/2024 as 10:01 pm

Manacapuru, município situado no interior do Amazonas, é destaque negativo no cenário nacional de violência sexual. De acordo com o Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, divulgado na última quinta-feira (18), a cidade ocupa a 41ª posição no ranking das 50 cidades brasileiras com maior incidência de estupros, apresentando uma taxa alarmante de 64,8 casos para cada 100 mil habitantes em municípios com mais de 100 mil habitantes.

O levantamento revela que outras cidades da Região Norte também enfrentam números elevados de crimes sexuais. Porto Velho, em Rondônia, figura em segundo lugar no ranking, seguida por Boa Vista, em Roraima, em terceiro, e Itaituba, no Pará, em quarto. Esses dados evidenciam um problema persistente e preocupante na região.

Cenário Nacional

O Brasil alcançou um recorde sombrio em 2023, registrando um estupro a cada seis minutos. No total, foram 83.988 casos de estupro e estupro de vulneráveis, marcando um aumento de 6,5% em relação ao ano anterior. As mulheres continuam sendo as principais vítimas, e a maioria dos agressores é conhecida das vítimas, com frequência dentro do próprio lar.

O anuário indica que 76% dos casos de estupro registrados em 2023 foram classificados como estupro de vulnerável. Este crime é caracterizado pela prática de conjunção carnal ou atos libidinosos com vítimas menores de 14 anos ou com pessoas incapazes de consentir devido a deficiências ou enfermidades.

Perfil das Vítimas e Agressores

O perfil das vítimas não apresentou grandes variações em relação aos anos anteriores. A maioria são meninas (88,2%), negras (52,2%) e com idade máxima de 13 anos (61,6%). Em termos de autoria, 84,7% dos agressores são familiares ou conhecidos das vítimas, e a maioria dos crimes ocorre nas residências das vítimas (61,7%). Crianças e adolescentes de até 17 anos representam 77,6% dos registros.

O anuário também destaca a alta prevalência de estupros entre crianças e adolescentes na faixa etária de 10 a 13 anos, com uma taxa de 233,9 casos por 100 mil habitantes, quase seis vezes superior à média nacional de 41,4 casos por 100 mil habitantes. Para bebês e crianças de 0 a 4 anos, a taxa de vitimização é de 68,7 casos por 100 mil habitantes, 1,6 vezes acima da média nacional.

Embora o foco esteja predominantemente nas vítimas femininas, também foi observada uma incidência de estupros entre meninos de 4 a 6 anos, com uma queda acentuada à medida que a idade avança.

Foto: Elza Fiuza/Arquivo Agência Brasil

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