Governo do Amazonas aciona o Cade contra taxa de pouca água imposta por transportadoras

25/07/2024 as 8:01 am

O governador do Amazonas, Wilson Lima, do partido União, anunciou que acionará o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) contra as transportadoras Maersk e MSC. A disputa ocorre devido à instituição da “taxa da pouca água”, que poderá custar até 5,9 mil dólares por contêiner, a partir de agosto. A coletiva de imprensa ocorreu na sede do governo na última quarta-feira (24).

Durante o anúncio, Lima afirmou: “Eu nem preciso falar muito aqui para entenderem que isso é um abuso. São empresas que faturam, e faturam muito, trazendo os insumos para a Zona Franca de Manaus e também saindo com os produtos daqui, e no momento que a gente mais precisa de ajuda, essas empresas vêm colocar uma carga a mais sobre os nossos ombros. É por isso que eu desconfio muito quando o mundo diz que está interessado em ajudar a Amazônia”. A decisão de acionar o Cade faz parte das estratégias do governo para mitigar os efeitos da seca prevista para este ano, que, segundo projeções, pode ser tão intensa quanto a enfrentada em 2023.

O Caso

A introdução da taxa foi primeiramente denunciada por Serafim Corrêa, secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Inovação do Amazonas, em 3 de julho, durante a 315ª reunião do Conselho Administrativo da Suframa (CAS). As taxas estipuladas são de 5 mil dólares por contêiner pela operadora MSC e 5,9 mil dólares pela Maersk.

No dia 5 de julho, o governador manifestou sua indignação com a notícia, em entrevista à imprensa. Wilson Lima reiterou que os rios são os principais meios de transporte na região e enfatizou o impacto da sobretaxa no custo final dos produtos. “Primeiro, eu recebi com muita indignação essa notícia. E o comércio, os setores produtivos, a indústria também respondeu com muita indignação e não é para menos. Nós sofremos muito no ano passado com a questão da seca e esse ano vamos sofrer mais ainda porque o principal meio de transporte que nós temos aqui são os barcos. Os nossos rios aqui são as nossas estradas. E no momento em que a gente mais precisa de ajuda de alguém que está tendo lucro na região amazônica vem colocar mais uma carga sob os comerciantes e empresários, porque no momento em que há uma sobretaxação do transporte isso em algum momento vai ser repassado para o consumidor, então, lá na ponta, no final das contas, é o cidadão que mora aqui na região amazônica que vai ter o preço dos produtos encarecidos”, afirmou Wilson Lima.

Foto: Bruno Leão/Sedecti

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