Televisão perde espaço para streaming em 42,1% dos domicílios brasileiros, indica IBGE

16/08/2024 as 2:42 pm

A mais recente edição da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revelou mudanças nos hábitos de consumo de mídia dos brasileiros. Divulgada nesta sexta-feira (16), a pesquisa indica uma queda no número de domicílios com televisores e assinaturas de TV por assinatura. Em contrapartida, observa-se um crescimento no uso de serviços de streaming.

Segundo o IBGE, em 2023, dos 78,3 milhões de domicílios brasileiros, 4,5 milhões não possuíam televisão, o que representa 5,7% do total. Esse percentual vem crescendo desde 2016, quando era de 2,8%. Paralelamente, os serviços de streaming estão presentes em 42,1% dos lares com televisão, demonstrando uma preferência cada vez maior por essa forma de acesso a conteúdos de entretenimento.

Gustavo Geaquinto Fontes, analista da pesquisa, sugere que a redução na quantidade de televisores nas residências brasileiras pode refletir uma mudança lenta e gradual nos hábitos da sociedade. Em 2016, um terço dos lares tinha TV por assinatura, proporção que caiu para 25,2% em 2023. O desinteresse pelo serviço foi o principal motivo apontado por 64% dos entrevistados para não aderirem à TV paga, seguido pelo alto custo, citado por 34,9%.

O crescimento dos serviços de streaming, por sua vez, é justificado pela comodidade de ter acesso a um leque variado de filmes, séries, desenhos infantis e eventos esportivos disponíveis a qualquer momento. Cerca de 9,5% das famílias indicaram que a possibilidade de assistir a vídeos pela internet substitui a necessidade dos serviços de televisão tradicionais.

A pesquisa também destaca desigualdades regionais. Enquanto nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste quase metade dos domicílios conta com canais de streaming pagos, no Norte e Nordeste os índices são de 37,5% e 28,2%, respectivamente. Além disso, as famílias que têm acesso a serviços de streaming possuem um rendimento médio mensal real per capita de R$ 2.731, mais do que o dobro do registrado pelas famílias sem acesso a esses serviços, que é de R$ 1.245.

Outro dado relevante apontado pelo levantamento é a substituição progressiva das antenas parabólicas analógicas por modelos digitais, devido à interferência do sinal de internet 5G. Em 2023, apenas 1% dos domicílios com televisão ainda recebia sinal por meio de parabólica grande, uma diminuição em relação aos 1,3% registrados em 2022.

Foto: iStock

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