Lançada em 1985, “Everybody Wants To Rule The World” de Tears For Fears não é apenas um eco dos vibrantes anos 80, mas uma cápsula do tempo que transporta a essência dessa década diretamente para nossos dias. Com sua melodia cativante e letras que desdobram as complexidades do poder e da fragilidade humana, a música tornou-se um marco não só musical, mas cultural.
A sonoridade do hit é imediatamente identificável pelos primeiros acordes de guitarra, seguidos de uma batida eletrônica e sintetizadores característicos da época. A banda britânica, através desta canção, não apenas capturou o espírito de uma era, mas também refletiu sobre a incessante busca pelo poder. Essa busca, como sugere a canção, vai além da política: é uma luta pessoal e universal pelo controle sobre nossas vidas e destinos.
A canção surge num contexto histórico particular — o auge da Guerra Fria —, onde a ameaça de conflitos nucleares e o jogo de poder entre as superpotências estavam em plena ebulição. “Everybody Wants To Rule The World” parece criticar essa corrida desenfreada por domínio, uma corrida que, na verdade, aliena o ser humano de sua essência e do mundo natural, como a linha “Turn your back on mother nature” sugestivamente aponta.
Comparando-a com outras músicas de Tears For Fears, ou mesmo de contemporâneos como Depeche Mode ou Duran Duran, percebe-se que, enquanto muitos focavam nas relações pessoais e dramas íntimos, “Everybody Wants To Rule The World” abordava o macro: o impacto das ações humanas no mundo. Esse olhar ampliado sobre as questões de controle e poder oferece uma perspectiva única, destacando a canção no vasto repertório de hits dos anos 80.
Sua relevância transcende a década de 80, como evidenciado pela sua presença constante em diversos meios. A canção foi usada em filmes, programas de TV e até em jogos, servindo frequentemente como um comentário sobre o poder e a resistência contra autoritarismos, o que só reforça seu apelo atemporal. A forma como “Everybody Wants To Rule The World” continua a influenciar e inspirar mostra que, mesmo após décadas, ela ainda ressoa com questões contemporâneas.
No final das contas, a música de Tears For Fears é uma meditação sobre a ambição humana e a inevitável aceitação da impermanência. Ela nos convida a refletir sobre o que realmente significa “governar o mundo” e as implicações dessa busca.
Então, ao som dos sintetizadores e da voz melancólica de Roland Orzabal, que tal mergulhar nessa reflexão? Ouça “Everybody Wants To Rule The World” novamente e veja o que ela evoca em você. Até a próxima sexta-feira, e não deixe de acompanhar minha coluna !
Angelo Gomes – Profissional de marketing, músico e colecionador de livros e cd’sInstagram – @angelogomesmktedu Foto: Reprodução