Esperei para ver a poeira baixar, observar o campo, após a batalha e entender o panorama dessas eleições municipais em nosso país. Como já falamos em outros textos dessa coluna, vivemos tempos de polarizações de ideias, o mundo tem se tornado um grande tabuleiro de damas, onde só existem duas opções na política principalmente, é o time verde, da direita conservadora e capitalista contra o time vermelho, da esquerda liberal e socialista. Qual a visão desse primeiro embate municipal, qual a leitura da vontade do povo nas urnas?
Precisamos entender, fundamentalmente, qual o cenário deixado nesse primeiro turno, o pleito municipal de 2024, foi um grande embate direto entre partidos de direita e esquerda, onde se obteve uma maioria significativa de prefeitos eleitos em primeiro turno com a bandeira da direita, 509 prefeituras contra 248 com a bandeira da esquerda, com o ponto extra para a direita por ter eleito já em primeiro turno dois prefeitos de Capitais, feito que não foi alcançado por seus adversários, partindo desses resultados, vamos entender qual o recado que a população nos passa.
Ao obtermos maior sucesso da direita, entendemos que a população busca por mais independência e menos assistencialismo, busca por melhorias das condições sociais básicas, saúde, educação, infraestrutura básica, transporte e segurança, itens eminentemente de responsabilidade da gestão pública se afastando das questões individuais, permitindo que cada um trilhe sua vida independente de políticas cíclicas e eleitoreiras. Esse é o recado do povo, em bom português das ruas, “faz a tua parte que da minha cuido eu”, quando o eleitor busca os ideais da direita ele quer que os Prefeitos e os Vereadores façam a parte deles da melhor forma possível para que o povo possa fazer sua parte, com esse pensamento, podemos ver a volta da pujança econômica, a economia de um país tem por base o trabalho do povo aliado a políticas comerciais e econômicas acertadas, aliadas sempre com a obediência as leis e sempre com a transparecia que deve ser uma constante quando se trata da coisa pública.
O povo clama por mais responsabilidade e mais resultados positivos o que combina muito com a agenda proposta pela direita, com promessa de livre mercado e ascensão social, aliás, esse tem sido o motor da globalização e do desenvolvimento tecnológico nas últimas décadas. A proposta com viés capitalista é a que oferece maios capacidade de gerar inovação e riqueza é inegável, observemos o exemplo das duas Coreias, a do Sul capitalista, e a do Norte socialista. É importante ressaltar que a realidade não se encaixa em modelos ímpares como capitalismo versus socialismo ou esquerda versus direita. A maioria dos países, bem-sucedidos, adotam sistemas econômicos híbridos, combinando elementos de ambos os modelos, o que aos olhos da imparcialidade e longe da polarização é o que funciona de fato. Afinal, a história nos mostra que nenhum sistema econômico é perfeito e que todos enfrentam desafios específicos que devem ser superados.
Nos parece que o povo cansou de buscar soluções simplistas, e está buscando um debate mais aberto e informado sobre os desafios que temos de enfrentar e quais as possíveis soluções, se distanciando de qualquer viés ideológicos, pouco eficazes como os da agenda woke, agenda, associada à esquerda, que tem sido alvo de críticas e controvérsias.
Longe do que falam, a ascensão da direita no Brasil, não está ligada a um único homem, Jair Bolsonaro, está ligada, sim, a uma série de fatores, como descontentamento com os governos anteriores, crises econômicas e escândalos de corrupção. A retórica de “duas classes” – os que trabalham e os que não trabalham – ressoou forte entre o povo brasileiro que vem valorizando cada vez mais o mérito do gestor público.
A intersecção entre a valorização da meritocracia e a ascensão da direita no Brasil revela um cenário complexo. Enquanto a meritocracia promete oportunidades baseadas em esforço individual, a realidade estrutural pode contradizer esse ideal. A ascensão da direita, por sua vez, capitalizou esse descontentamento, utilizando a meritocracia como um dos pilares de seu discurso. O desafio continua sendo como equilibrar a busca por justiça social com a valorização do esforço individual em um contexto de inúmeras desigualdades causadas por anos de governos confusos e corruptos do passado. Vejo todos na próxima semana! Até la!
Diogo Augusto , o turco, marido, pai, empreendedor, colecionador, pensador, curioso.
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