Plínio Valério questiona venda de reserva de urânio no Amazonas à estatal chinesa

30/11/2024 as 10:07 am

O senador Plínio Valério (PSDB-AM) expressou forte oposição à venda de uma reserva de urânio em Presidente Figueiredo, Amazonas, para a empresa estatal China Nonferrous Trade (CNT), durante pronunciamento no Plenário do Senado na última quarta-feira (27). O parlamentar apontou uma suposta incoerência na aplicação das políticas ambientais, que restringem a exploração de recursos naturais por empresas brasileiras, enquanto corporações estrangeiras, como a chinesa citada, operam sem limitações semelhantes.

Valério questionou a integridade do processo de venda, levantando a possibilidade de favorecimento ao governo chinês e criticando o papel desempenhado por ONGs e autoridades ambientais, incluindo a ex-ministra Marina Silva. Segundo o senador, essas entidades impõem barreiras significativas à exploração mineral por empresas brasileiras, enquanto facilitam as operações de empresas estrangeiras.

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“Estamos lá impedidos, com cadeados ambientais que nos escravizam e que nos prendem, porque sempre esbarramos nas ONGs. Sempre esbarramos na ministra Marina Silva, a serviço das ONGs, e, de repente, os chineses compram a maior mina de urânio do Brasil. Vão beneficiar urânio no Amazonas, perto de Manaus, no município de Presidente Figueiredo, que vive do turismo, que vive das suas 160 e poucas cachoeiras, e ninguém fala nada. Por quê? O que há aí? Um compromisso? Um conluio? Uma perseguição àquilo que a gente pode ou não pode fazer?”, protestou o senador.

O discurso de Plínio Valério também abordou a condição socioeconômica da população local, destacando que 63% vivem abaixo da linha da pobreza. “Hoje 63% da população vive abaixo da linha de pobreza, não tem R$ 11 por dia para se autossustentar. E nós não podemos explorar nada, nós não podemos viver de nada, dos bens naturais que Deus nos concedeu? O homem pensa que é dele. Esses bens naturais são nossos, dados pelo poder divino, mas a gente não pode, porque há esse conluio que nós mostramos na CPI das ONGs. Eles não nos deixam evoluir”, questionou, apontando as restrições como um obstáculo ao desenvolvimento nacional.

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

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