Correios registram prejuízo recorde nos nove primeiros meses de 2024

03/12/2024 as 6:37 pm

Nos primeiros nove meses de 2024, os Correios acumularam um prejuízo de R$ 2 bilhões, o maior já registrado para o período na história da empresa. Esse resultado se aproxima do déficit anual mais elevado, que foi de R$ 2,1 bilhões em 2015, sob a gestão de Dilma Rousseff (PT).

Durante os governos de Michel Temer (MDB) e Jair Bolsonaro (PL), a estatal havia registrado lucros, destacando-se o ano de 2021, quando, sob o comando de Bolsonaro, os Correios obtiveram o maior lucro de sua história, totalizando R$ 3,7 bilhões. Nos anos de pandemia, entre 2019 e 2021, a empresa manteve-se no azul.

Contudo, a situação financeira deteriorou-se em 2022, ainda na administração de Bolsonaro, com uma manobra contábil durante o governo de Luiz Inácio Lula da Silva, que transformou um lucro de R$ 200 milhões em um prejuízo de R$ 800 milhões, ao lançar retroativamente R$ 1 bilhão em indenizações pagas em 2023, resultando em um saldo negativo de R$ 600 milhões no fechamento do ano.

Em resposta a esses desafios, os Correios estabeleceram um teto de gastos para 2024, fixado em R$ 21,96 bilhões, conforme documento sigiloso divulgado pelo site Poder360 em 11 de outubro.

Medidas de austeridade foram adotadas para cumprir o teto proposto, incluindo a suspensão de contratações de pessoal terceirizado por 120 dias e negociações para reduzir em pelo menos 10% os contratos em vigor.

Sobre as razões para a implementação dessas medidas, a empresa mencionou a frustração de receitas, apontando a herança contábil da gestão anterior e a diminuição nas importações provocada pela “taxa das blusinhas”, que impactou negativamente o volume de encomendas internacionais.

Foto: Joédson Alves/Agência Brasil

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