Não houve racismo religioso, afirma advogada sobre caso de Claudia Leitte

29/12/2024 as 1:12 pm

A polêmica envolvendo a mudança na letra de uma música da cantora Claudia Leitte ganhou novas proporções após declarações de uma especialista em direito. No dia 14 de dezembro, durante um show em Salvador, a cantora substituiu o nome “Iemanjá” por “Yeshua” na canção Caranguejo, o que resultou em uma denúncia de racismo religioso junto ao Ministério Público da Bahia (MP-BA).

Danielle Maria, advogada e membro do Instituto Brasileiro de Direito e Religião (IBDR), esclareceu que o racismo religioso se caracteriza por situações que envolvem preconceito e estigmatização racial, associadas a agressões ou ataques diretos. Segundo ela, o caso em questão não se encaixa nessa definição. “Não houve segregação cultural, não houve discurso de ódio. O que houve foi a intérprete, no momento do seu espetáculo público, alterar uma palavra que direcionava a canção a uma entidade religiosa que ela não professa. Não existe racismo religioso, é uma questão de foro íntimo, amparada pela Constituição Federal”, declarou ao jornal Gazeta do Povo.

Conforme a advogada, a alteração feita por Claudia Leitte configura uma expressão de crença pessoal, amparada pela liberdade religiosa, um direito assegurado pela Constituição Federal.

No entanto, a mudança gerou reações adversas, incluindo uma denúncia feita pela ialorixá Jaciara Ribeiro e pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro), que veem a alteração como uma possível discriminação contra as religiões de matriz africana.

A promotora Lívia Sant’Anna Vaz foi designada para analisar o caso no âmbito do MP-BA. Claudia Leitte, que é evangélica desde 2014, modificou a frase original “saudando a rainha Iemanjá” para “eu canto meu Rei Yeshua”.

Foto: Reprodução/Instagram – @claudialeitte

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