Revisão de Trump na assistência externa causa caos e crise financeira no setor de ajuda

06/02/2025 as 12:19 pm

A revisão da política de assistência externa implementada pelo presidente Donald Trump desde sua posse, em 20 de janeiro, tem precipitado uma crise sem precedentes no setor de ajuda e desenvolvimento internacional. A decisão de Trump não apenas interrompeu o fluxo de financiamento crucial para inúmeros projetos globais, mas também colocou centenas de contratados da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID) em uma situação financeira desesperadora.

Trump, ao ordenar uma revisão abrangente da ajuda externa dos EUA, encarregou o bilionário Elon Musk, que anteriormente fez acusações infundadas contra a USAID, de reduzir a agência. Esta medida levou ao desligamento de dezenas de funcionários da USAID, colocou outros em licença e resultou na demissão de centenas de prestadores de serviços internos. O movimento é visto por muitos como um ataque direto à estrutura humanitária de Washington, que tem sido vital no fornecimento de bilhões de dólares em assistência ao redor do mundo.

O caos foi exacerbado pelas ordens de interrupção do trabalho emitidas pelo Departamento de Estado, afetando profundamente as operações das empresas contratadas que, na prática, muitas vezes financiam projetos inicialmente, esperando depois o reembolso pelo governo dos EUA. Este sistema deixou muitas dessas empresas em uma posição extremamente vulnerável.

Impacto nas empresas contratadas

Steve Schmida, cofundador da Resonance, uma empresa terceirizada da USAID baseada em Vermont, descreveu a situação como “existencial”. Com milhões de dólares em faturas pendentes, a empresa foi forçada a tomar medidas drásticas. “Tínhamos milhões de dólares em faturas a serem pagas, que haviam sido aprovadas por nossos clientes no governo dos EUA… Entendemos rapidamente que essa era uma séria ameaça aos nossos negócios”, explicou Schmida, que começou a demitir e colocar em licença dezenas de funcionários, prevendo a perda de cerca de 90% de sua receita.

A situação não é isolada. Uma autoridade de um parceiro de implementação da USAID, que preferiu não se identificar por receio de represálias, revelou que sua empresa teve que dispensar centenas de funcionários nos EUA, com mais de 50 milhões de dólares em faturas não pagas desde novembro e dezembro. Tanto Schmida quanto essa autoridade mencionaram a possibilidade de recorrer à justiça para recuperar os saldos devidos.

Foto: Flickr/Usaid

Revisão de Trump na assistência externa causa caos e crise financeira no setor de ajuda

Em crise de popularidade, governo Lula antecipa 13º de aposentados

Influencer Felipe Neto anuncia pré-candidatura à Presidência para 2026

Quarto tremor de terra em 2025 atinge o Pará; Parauapebas registra magnitude 4.3

Amazônia Legal registra aumento de quase 500% em área degradada em 2025

Zöer Clinic