Abin é investigada por suspeita de operação hacker contra governo paraguaio

31/03/2025 as 3:49 pm

A Polícia Federal investiga uma suspeita de operação de espionagem conduzida pela Agência Brasileira de Inteligência (Abin) contra autoridades paraguaias. A revelação veio à tona através do depoimento de um servidor da agência e foi reportada pelo portal UOL nesta segunda-feira (31). Segundo informações, o ataque cibernético ocorreu meses antes da renovação do acordo financeiro relacionado à Usina de Itaipu em maio de 2024, envolvendo Brasil e Paraguai.

O servidor detalhou que o objetivo da operação era acessar informações vitais do Anexo C do tratado de Itaipu, vigente desde 1973, que regula a comercialização de energia entre os dois países. Para isso, utilizou-se o Cobalt Strike, um avançado software de invasão a sistemas eletrônicos. “O Cobalt Strike era uma ferramenta utilizada para o desenvolvimento de um artefato de intrusão em computadores do governo paraguaio para dados relacionados à negociação bilateral de Itaipu”, explicou o agente em seu depoimento.

Os ataques foram coordenados a partir de servidores localizados no Chile e no Panamá, ressaltando a complexidade da operação que buscava uma vantagem nas negociações ao adquirir informações sensíveis das autoridades paraguaias. A legalidade da operação gerou preocupações e desencadeou a investigação atual.

De acordo com o depoente, a operação foi aprovada durante a gestão de Victor Carneiro no governo de Jair Bolsonaro e continuou com o apoio do atual diretor, Luiz Fernando Corrêa, nomeado durante o terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Luiz Fernando teria vibrado, gostou muito, que era a primeira vez que se sentia numa atividade de inteligência”, relatou o servidor.

Foto: Fabio Rodrigues-Pozzebom/ Agência Brasil

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