Vasectomia no Brasil deve crescer 40% em dois anos diz Ministério da Saúde

02/04/2025 as 9:25 pm

O número de vasectomias no Brasil deve aumentar 40% nos próximos dois anos, segundo projeção do Ministério da Saúde. O crescimento é impulsionado pela redução da idade mínima para o procedimento, de 25 para 21 anos, conforme alteração na Lei do Planejamento Familiar em 2022, e pelo fortalecimento das políticas públicas voltadas à contracepção masculina. Entre 2022 e 2024, o país já registrou um salto de 67 mil para 96 mil cirurgias entre homens de 21 a 30 anos, um aumento de 40% em dois anos.

No Amazonas, a vasectomia tem se tornado rotina, atraindo homens de diferentes faixas etárias, desde jovens até indivíduos mais maduros. O cirurgião uro-oncologista Giuseppe Figliuolo, presidente da seccional amazonense da Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), explica que o procedimento, realizado de forma ambulatorial com anestesia local, é simples e seguro. “Consiste no corte e selagem dos canais deferentes, que levam os espermatozoides dos testículos ao sêmen. Em cerca de 30 minutos, o paciente está liberado para ir para casa”, detalha.

A recuperação é rápida, exigindo apenas repouso e analgésicos para aliviar eventuais desconfortos. Com mais de 99% de eficácia na prevenção da gravidez, a vasectomia é uma alternativa definitiva que não afeta a produção hormonal ou a função sexual. “É uma escolha popular entre homens que não querem mais filhos ou que desejam dividir a responsabilidade contraceptiva, tradicionalmente atribuída às mulheres”, destaca Figliuolo.

Apesar de ser reversível por meio da vasovasostomia, o especialista alerta que a cirurgia de reversão é complexa, cara e não garante a fertilidade em todos os casos. “A decisão deve ser bem planejada, com diálogo em casal, quando aplicável, e informações claras sobre os impactos futuros”, recomenda.

O aumento na procura reflete uma mudança cultural: os homens estão assumindo maior protagonismo no planejamento familiar. A vasectomia, além de segura e econômica a longo prazo, contribui para escolhas conscientes sobre natalidade, alinhadas às condições socioeconômicas dos casais. No Brasil, o procedimento é oferecido pelo SUS a homens acima de 21 anos ou com pelo menos dois filhos vivos, conforme a legislação atualizada.

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