Amazonas registra queda de 31,4% em focos de calor e redução no desmatamento em março de 2025

03/04/2025 as 4:46 pm

Mapa de focos de calor no Amazonas em março de 2025, segundo o Ipaam

O Amazonas apresentou uma redução significativa nos índices de degradação ambiental em março de 2025, conforme dados divulgados pelo Instituto de Proteção Ambiental do Amazonas (Ipaam). Segundo o órgão, o número de focos de calor caiu 31,4% em relação ao mesmo período de 2024, passando de 35 para 24 registros. Já o desmatamento teve uma diminuição de 7,57%, com 8.302 hectares afetados neste ano, contra 8.982 hectares no ano anterior.

Os números refletem um avanço nas ações de monitoramento e preservação ambiental no estado. Priscila Carvalho, coordenadora do Centro de Monitoramento Ambiental e Áreas Protegidas (CMAAP), destacou que os focos de calor nem sempre indicam queimadas ilegais. “Eles podem ter origem em fenômenos naturais, como vegetação seca, ou em práticas agrícolas autorizadas. Nem todo foco é sinônimo de crime ambiental”, explicou.

Tecnologia e fiscalização no combate à degradação

O Ipaam atribui parte dos resultados positivos à colaboração entre órgãos ambientais e ao uso da Rede Mais, uma plataforma que integra imagens diárias de 180 satélites de última geração. Essa tecnologia tem sido essencial para o monitoramento em tempo real das florestas, permitindo uma resposta mais ágil a atividades suspeitas. “A parceria com autoridades competentes e o uso de ferramentas inovadoras são fundamentais para proteger o meio ambiente”, afirmou o instituto.

Municípios mais afetados

Entre os municípios com maior incidência de focos de calor em março, São Gabriel da Cachoeira liderou com 12 registros, seguido por Santa Isabel do Rio Negro (2) e Apuí (1). Já no ranking do desmatamento, Lábrea registrou a maior área afetada, com 2.041 hectares, seguida por Novo Aripuanã (1.767 hectares) e Apuí (973 hectares). Esses dados apontam para a concentração de atividades de degradação em regiões específicas do estado.

Punições rigorosas contra o desmatamento ilegal

O combate às práticas ilegais segue respaldado pelo Decreto Federal nº 6.514/2008, que prevê multas de R$ 5 mil por hectare desmatado irregularmente, valor que pode dobrar em casos de uso de fogo ou incêndios não autorizados. Além das sanções financeiras, áreas desmatadas podem ser embargadas, e os equipamentos utilizados, apreendidos. Para queimadas não autorizadas em áreas agrícolas, como renovação de pastagens, a multa é de R$ 3 mil por hectare.

FOTOS: José Narbaes/Ipaam

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