Senador teme que investimentos da COP30 no Pará virem elefantes brancos

19/04/2025 as 5:33 pm

O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) manifestou preocupação com os “empréstimos vultuosos” concedidos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para a realização da COP30, que será sediada em Belém, no Pará, entre os dias 10 e 21 de novembro de 2025. Em entrevista ao site Poder360, o parlamentar afirmou que os recursos destinados ao evento podem não resultar em benefícios concretos para a população local e comparou a preparação da conferência às obras da Copa do Mundo de 2014 e dos Jogos Olímpicos de 2016, que, segundo ele, geraram altos gastos sem retorno duradouro.

“O Pará está sofrendo em termos financeiros para preparar a COP30. São empréstimos do BNDES vultosos, preocupa […] Se a COP30, com todos os defeitos, trouxer dinheiro para ajudar o Brasil a começar a mudar essa matriz produtiva, modernizando, trazendo menos impactos, fazendo muito mais tecnologia, maravilha, mas, vamos aguardar para ver. Vamos ver se dessa vez esse dinheiro aparece”, declarou Marinho.

O senador, que preside a Comissão de Agricultura e Reforma Agrária (CRA) do Senado, disse temer que a estrutura montada para o evento se torne mais um “elefante branco”. “Terminou, vai todo mundo embora. E todo esse investimento que foi feito de repente não tem a utilidade que precisava se dar a eles. Lembra das Olimpíadas? O tanto que o Brasil gastou… Lembra da Copa do Mundo? Tanto que o Brasil gastou. E hoje, o que é que está gerando esse investimento? Praticamente nada. Tá dando despesa. O que tem que fazer manutenção de uma coisa que não traz retorno”, afirmou.

Segundo o BNDES, estão previstos R$ 5 bilhões em recursos para a COP30, sendo R$ 3,2 bilhões destinados especificamente a Belém e à região metropolitana. Os valores abrangem investimentos reembolsáveis e não reembolsáveis voltados à transição energética, restauração florestal e melhoria da infraestrutura urbana. Os contratos são firmados diretamente entre o governo do Pará e o banco estatal.

Foto: Andressa Anholete/Agência Senado

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