Em Davos, Barroso ressalta risco de perda de soberania amazônica pelo Brasil

17/01/2024 as 7:18 pm

Nesta quarta-feira (17), o ministro Luís Roberto Barroso, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), proferiu um discurso no Fórum Econômico Mundial, realizado em Davos, na Suíça, onde enfatizou a necessidade urgente de um diálogo aberto e sem preconceitos sobre a política de drogas no Brasil. Barroso, destacou que questões de segurança pública são cruciais na América Latina, especialmente na região Amazônica.

Durante o painel focado em questões latino-americanas, Barroso ressaltou a crescente preocupação com a violência e a segurança pública, áreas que, segundo ele, foram historicamente negligenciadas. Essas correntes frequentemente associam a segurança apenas à pobreza e à desigualdade, mas, conforme apontado pelo ministro, a segurança é uma necessidade fundamental também para a população de baixa renda.

O evento contou com a presença de figuras políticas importantes, como Gustavo Petro, presidente da Colômbia, e Gabriela Sommerfeld, ministra das Relações Exteriores do Equador. Após o painel, Barroso conversou com jornalistas, expressando sua inquietação com o crime organizado e a soberania da Amazônia, destacando os riscos que a região enfrenta não de outras nações, mas do crime organizado.

O presidente do STF listou uma série de atividades criminosas que ameaçam a região, incluindo extração ilegal de madeira, mineração ilegal, grilagem de terras, queimadas ilegais e, recentemente, o tráfico de drogas. Barroso salientou a importância de uma política de segurança pública mais abrangente para o Brasil, impactando diretamente no Judiciário.

“O Brasil corre risco de perder a soberania da Amazônia, não para outros países, mas para o crime organizado” disse o presidente do STF.

Além disso, o ministro mencionou a intenção de organizar um evento no Conselho Nacional de Justiça (CNJ), do qual também é presidente, para discutir a segurança pública e o combate às drogas. Barroso defende uma abordagem criativa e ousada para enfrentar a questão, destacando que as estratégias atuais não estão surtindo o efeito desejado. Ele aponta o domínio do tráfico de drogas sobre diversas comunidades pobres como um dos maiores problemas enfrentados atualmente.

Foto: STF/Divulgação

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