Vocês já imaginaram ter o poder de decidir quem vive e quem morre, apenas com uma caneta na mão? Pois é, este é o ponto de partida de “Death Note”, um mangá que transcendeu os limites da cultura pop japonesa para se tornar um fenômeno mundial.
Mangás, esses quadrinhos japoneses que muitos acham que são só para adolescentes, na verdade, são um terreno fértil para histórias complexas e profundas. “Death Note”, criado por Tsugumi Ohba e ilustrado por Takeshi Obata, é um exemplo brilhante disso. A trama se desenrola em Tóquio e gira em torno de Light Yagami, um estudante do ensino médio que encontra um caderno sobrenatural. Esse caderno tem o poder de matar qualquer pessoa cujo nome seja escrito nele, desde que o escritor visualize o rosto da vítima. Já pensou nessa responsabilidade?
Light, movido por um senso distorcido de justiça, começa a eliminar criminosos, assumindo o papel de juiz, júri e executor. Ele é acompanhado por Ryuk, um shinigami (deus da morte japonês) que é o verdadeiro dono do Death Note. Ryuk, com seu apetite por maçãs e natureza ambígua, traz um contraponto interessante à história.
A trama se complica com a entrada de “L”, um detetive enigmático, inteligente e viciado em doces, que inicia uma caçada frenética para descobrir a identidade do misterioso assassino. O duelo intelectual entre Light e L é um dos pontos altos da série, trazendo reviravoltas surpreendentes que mantêm o leitor preso em cada página.
“Death Note” vai além de uma simples história de suspense. Ela nos faz refletir sobre temas como moralidade, justiça e o tênue limite entre o bem e o mal. A ideia de um “super-herói” que age à margem da sociedade, julgando e executando à vontade, levanta questões éticas profundas. É quase como ler “Crime e Castigo” de Dostoevsky, mas em um contexto moderno e com um toque sobrenatural.
As citações e diálogos em “Death Note” são marcantes, refletindo a complexidade dos personagens e da história. Um exemplo é a fala de Light: “Eu sou a justiça!”, que encapsula perfeitamente sua arrogância e delírios de grandeza.
Para os curiosos sobre os bastidores, “Death Note” foi lançado em 2003 e rapidamente se tornou um sucesso, levando à criação de um anime em 2006, que também é altamente recomendado.
Em resumo, “Death Note” é uma obra-prima que desafia nossas concepções sobre o certo e o errado, poder e responsabilidade. É uma daquelas histórias que te fazem pensar muito depois de ter terminado a leitura. Vale cada página virada, cada episódio assistido.
E aí, ficou curioso? Então mergulhe no mundo de “Death Note” e prepare-se para ter suas certezas abaladas. E não se esqueçam, domingo que vem tem mais coluna aqui no FATO 360 , com mais análises e insights sobre o fascinante mundo da cultura pop. Até lá, continuem questionando e explorando as profundezas da arte!
Paulo Albuquerque – Formado em Tecnologia Florestal, instrutor de informática e conectado em Literatura, Sci-Fi e Cultura Pop.
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